Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pitaco Cultural agora tem novo endereço na Folha https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/12/07/pitaco-cultural-agora-tem-novo-endereco-na-folha/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/12/07/pitaco-cultural-agora-tem-novo-endereco-na-folha/#respond Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1554 Caro leitor,

Este blog continua na Folha, mas, agora, em um novo endereço. Acesse folha.com/pitacocultural para continuar lendo tudo que o Pitaco conta.

Os textos já publicados permanecerão neste espaço para serem lidos e relidos.

Clique a seguir para ler o novo texto o blog:

Frank Bar, premiado e memorável, se despede de São Paulo

Continue nos acompanhando por lá!

 

]]>
0
Peça online joga luz a órfãos cariocas que foram escravizados nos anos 1930 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/11/26/peca-online-joga-luz-a-orfaos-cariocas-que-foram-escravizados-nos-anos-1930/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/11/26/peca-online-joga-luz-a-orfaos-cariocas-que-foram-escravizados-nos-anos-1930/#respond Fri, 26 Nov 2021 17:26:08 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/unnamed2-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1536 Cinquenta garotos órfãos, a maioria negros, entre 9 e 12 anos, tutelados pelo Juizado de Menores do DF, são retirados de um educandário no Rio de Janeiro e levados para uma fazenda no interior de São Paulo, nos anos 1930.

A promessa é de uma casa e quem sabe uma família. Mas, na verdade, são isolados e submetidos por membros da cúpula da Ação Integralista Brasileira –a AIB, movimento fascista e anticomunista– a longas jornadas de trabalho sem nenhum tipo de remuneração. São crianças submetidas à escravidão.

Essa história triste e real é o pano de fundo do espetáculo “Tão Somente Meninos”, do Teatro da Conspiração, que estreou nesta quinta (25) com exibições onlines e gratuitas.

A montagem de Solange Dias, dirigida por Cássio Castelan, mistura teatro e dança em uma releitura desse período obscuro.

Para criá-la, a companhia buscou elementos na tese de doutorado “Educação, Autoritarismo e Eugenia: Exploração do Trabalho e Violência à Infância Desamparada no Brasil (1930-45)”, defendida em 2011 pelo historiador Sidney Aguilar Filho.

 

Cena de ‘Tão Somente Meninos’, do Teatro da Conspiração (Arô Ribeiro/Divulgação)

“Cinquenta meninos, 48 negros e 2 brancos”, ressaltam os narradores que conduzem o peça. Esses atores narram um encontro imaginário entre quatro dos órfãos que foram escravizados, passando por suas infâncias interrompidas e fazendo um paralelo com a velhice.

A música também tem papel importante no espetáculo, marcando passagens da infância e do trabalho forçado dos personagens. Apesar de baseada em um fato histórico do começo do século 20, “Tão Somente Meninos” traz, lúdica e poeticamente, reflexões sobre autoritarismo, racismo, opressão e meritocracia.

*

Tão Somente Meninos. 14 anos.  26, 27 e 28 de novembro e 2, 3, 4, 5, 10 e 11 de dezembro. 20h. Online. Grátis. Ingressos em sympla.com.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

]]>
0
App faz reserva em restaurante, avisa a hora de sair de casa e até pede antes ao garçom https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/app-permite-fazer-reserva-em-restaurante-avisa-a-hora-de-sair-de-casa-e-ate-pede-antes-ao-garcom/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/app-permite-fazer-reserva-em-restaurante-avisa-a-hora-de-sair-de-casa-e-ate-pede-antes-ao-garcom/#respond Thu, 11 Nov 2021 20:44:45 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/mocotí-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1522 A pandemia mudou bastante o jeito com que nos relacionamos com serviços de entrega de comida, sofisticando deliveries e até a forma como os estabelecimentos embalam o prato que chega em casa.

Com a imunização contra Covid avançando –SP é o 1º estado a ter mais de 70% da população com o esquema vacinal completo– e a reabertura da economia acontecendo, bares e restaurantes voltaram a receber seus clientes sem limitações.

Mas ficar esperando nas filas, quase um hábito paulistano, nunca foi de fato atraente –e se tornou menos ainda em época em que distanciamento social é importante (e necessário).

O pitaco de hoje é simples e bem funcional. Na próxima sexta (19), o aplicativo de reservas Get In vai ganhar uma atualização turbinada.

Agora, além de fazer a reserva de mesa no restaurante, será possível garantir remotamente o lugar na fila de espera e saber com que antecedência sair de casa –graças à integração do app com o Waze, que apontará tempo e melhores caminhos.

Outra novidade é poder selecionar previamente os pratos do pedido, já que o cardápio de algumas casas estará integrado. Sabe escolher o prato no caminho e ter ele quase pronto ao chegar lá? Então. 😉

Possuem a opção de reserva pelo Get In bares tradicionais, como Astor, SubAstor e Pirajá, e restaurantes que vivem cheios –como o Mocotó, bib gourmand (bom custo-benefício) no guia Michelin, e o hypado Fôrno, dos donos do Holy Burger, famosíssimo pelo pastrami.

Cerca de 10 mil estabelecimentos estão disponíveis para reserva via aplicativo, em todo o país.

*

Get In. Pertencente à Z-Tech, hub de inovação da Ambev. Disponível para download em versões Android e iOS. Grátis.

*

E você, já voltou a frequentar bares e restaurantes? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

 

]]>
0
Vacinado, voltei presencialmente ao teatro e me emocionei, conta leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/27/vacinado-voltei-presencialmente-ao-teatro-e-me-emocionei-conta-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/27/vacinado-voltei-presencialmente-ao-teatro-e-me-emocionei-conta-leitor/#respond Wed, 27 Oct 2021 18:50:54 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/tectonicas-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1510 O pitaco de hoje é do leitor Marcos Barbosa, 50, advogado, ator e dramaturgo.

Marcos é um amante do teatro e conta ao blog como foi voltar a assistir a uma peça presencialmente depois de quase dois anos. Ele também relata o que achou da montagem que viu, “Tectônicas”, em cartaz no Sesi da avenida Paulista, em São Paulo.

Ambientada no interior paulista, a trama gira em torno da família de Jorge, um latifundiário dono de uma usina de açúcar. O conflito que a dispara é uma acusação que Jorge faz contra Marcelo, namorado da filha que supostamente a teria agredido.

***

Depois de dois anos, tomei coragem: fui com minha esposa, vacinados, assistir a uma peça no teatro. É o lugar que mais frequento –por temporada, já cheguei a ver 55 montagens.

Assisti “Tectônicas” no Sesi da avenida Paulista, uma ótima peça, teatro puro na veia. Não me decepcionei.

O retorno presencial a uma sala foi maravilhoso. Fiquei emocionado ao entrar. Aliás, esperando na porta, já estava muito emocionado em poder voltar a ver um espetáculo, ao vivo e a cores, como é o teatro de
verdade.

Houve mudanças sensíveis nas regras após o fechamento por causa da pandemia. A sala estava com uma capacidade bem menor, com bom distanciamento entre os espectadores –e os protocolos, principalmente uso de máscaras, sendo respeitado.

Sobre a peça, “Tectônicas” funciona principalmente porque dá voz ao teatro, sem estardalhaços pirotécnicos. Há uma tensão que fica pairando no ar e nos prende entre os personagens: um pai, uma filha e o antigo namorado, preso por supostamente cometer um crime.

Uma amante quase silenciosa desaba seu inconformismo cantando pequenos trechos de sucessos de Roberto Carlos. A esposa atual ressente um passado obscuro do marido.

Tudo se passa dentro de um clima de violência, às vezes explicita, outras implícita.

*

Tectônicas. Teatro do Sesi-SP – av. Paulista, 1.313 (próximo ao Metrô Trianon-Masp). De sexta e sábádo: 20h. Domingo: 19h. Até 5/12. Grátis.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

 

 

]]>
0
Com pintinho que perde os dedos, livro infantil fala de acolhimento e superação https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/12/com-pintinho-que-perde-os-dedos-livro-infantil-fala-de-acolhimento-e-superacao/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/12/com-pintinho-que-perde-os-dedos-livro-infantil-fala-de-acolhimento-e-superacao/#respond Tue, 12 Oct 2021 14:38:59 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/bira-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1493 Um pintinho amarelo é encontrado por uma menina, perdido embaixo da chuva, no quintal de um sítio. Essa menina acolhe o bichinho, tenta aquecê-lo e um acidente com o fogão a lenha faz com que ele machuque os pés.

O susto é grande, mas a menina resolve cuidar da ave para que ela se recupere. Nasce, então, uma amizade –o pintinho fica na família, se acostuma até a dormir no quarto de sua protetora e recebe o nome de Biro-Biro, em homenagem ao ex-jogador do Corinthians.

O que a garota não espera, entretanto, é que Biro-Biro vai crescer e se tornar não um galo, mas uma galinha –a galinha Bira-Bira. E que vai conseguir fazer tudo o que qualquer galinha faz, mesmo com os pés “diferentes”.

“A Galinha Bira-Bira” , livro publicado pela Ed. Flamingo com ilustrações de Marco Martins, é a primeira obra infantil da autora Adriana Balsanelli.

A autora sorri para a foto enquanto vira uma página do livro
A autora do livro, Adriana Balsanelli (Iara Morselli)

A história é inspirada na infância de Adriana, que viveu no interior de São Paulo e cuidou de Bira-Bira (a verdadeira, que cresceu só com o “cotoco” dos dedinhos, como conta a autora). Adriana mora na capital e a experiência como assessora cultural, divulgando espetáculos infantis, a ajudou a compreender esse universo.

O interessante é que, a partir de uma história bonita e real, o livro consegue falar de temas complexos e importantes. Entre eles acolhimento, transição (Biro-Biro era, na verdade, Bira-Bira), superação de dificuldades e sobre o quanto é normal ser diferente.

Fica, portanto, o nosso pitaquinho cultural nesse Dia das Crianças. 😉

*

A Galinha Bira-Bira.  44 páginas.  7 a 10 anos. Preço de venda: R$ 30.

*

Que filmes, séries ou peças você tem assistido? Já voltou a frequentar bares e restaurantes? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

]]>
0
Como driblei a fila para comer n’A Casa do Porco, em SP, eleito um dos melhores restaurantes do mundo https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/como-driblei-a-fila-para-comer-na-casa-do-porco-em-sp-eleito-um-dos-melhores-restaurantes-do-mundo/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/como-driblei-a-fila-para-comer-na-casa-do-porco-em-sp-eleito-um-dos-melhores-restaurantes-do-mundo/#respond Tue, 05 Oct 2021 20:44:21 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/a-casa-do-porco-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1481 Desde que abriu as portas no centro de São Paulo, no fim de 2015, A Casa do Porco vive na boca do paulistano.

Um dos motivos é que o restaurante vem colecionando ótimas avaliações –indicações Bib Gourmand (melhor custo benefício) no Guia Michelin; prêmios em especiais de gastronomia, como O Melhor de sãopaulo, desta Folha; e agora a 17ª colocação entre os 50 melhores restaurantes do mundo, como anunciado nesta terça (5) pelo ranking World’s 50 Best, da revista britânica Restaurant.

O outro motivo não tão aprazível, mas que no mínimo desperta curiosidade, são as filas. Ou eram, até a chegada da pandemia.

O restaurante especializado na carne que o batiza, o porco, não fazia reservas na época pré-Covid. Sendo assim, o amontoado de pessoas na calçada, à espera de provar os quitutes de Jefferson Rueda por ordem de chegada, era mais do que comum. Uns diziam que fazia parte do charme do local; outros desistiam da visita.

Eu sempre fui do time que se nega a ficar horas na fila. Ainda mais quando tratamos de uma cidade como São Paulo, com tantas opções gastronômicas. Mas era A Casa do Porco, né? Aquele lugar que simplesmente não tem como ser substituído. Eu tinha que ir.

Foi assim que, naquele abril de 2017, tive a ideia que pareceu a oportunidade perfeita para conhecer o restaurante. Era feriado prolongado de Páscoa, mas eu estava de plantão e, por isso, não tinha viajado para a casa de meus familiares, no interior do estado.

Mas, mais do que isso: era Sexta-Feira Santa –dia que, tradicionalmente, muitos cristãos se abstêm da carne. Meu marido aceitou o convite nada ortodoxo. Ligamos para o restaurante, que confirmou que havia mesas disponíveis naquele momento, e seguimos da zona sul para o centro da cidade.

Provamos, finalmente e sem filas, o cardápio do local. Comemos o Porco Sanzé e a famosíssima pancetta com goiabada. E sim, estava tudo maravilhoso. A Casa do Porco era uma delícia.

Cresci em uma família muito católica e, via de regra, aquilo era errado. Mas tenho a consciência tranquila. Dois anos mais tarde, optaria por não comer mais carne de porco –por motivos que resvalam mais na causa animal do que na religiosa. Em seguida, seria engolida por uma pandemia.

Hoje, ao ver a notícia de que A Casa do Porco é o 17º melhor restaurante do mundo, sei que fiz a escolha certa. Não como mais porco, mal saio de casa –mas sei que valeu a pena cometer, naquele dia santo, tamanha heresia.

*

A Casa do PorcoRua Araújo, 124, Vila Buarque, São Paulo, tel. (11) 3258-2578.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido nesse momento? Já voltou a frequentar bares e restaurantes? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

]]>
0
Com Nicole Kidman, ‘Nove Desconhecidos’ é a série ruim que você assiste até o fim https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/com-nicole-kidman-nove-desconhecidos-e-a-serie-ruim-que-voce-assiste-ate-o-fim/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/com-nicole-kidman-nove-desconhecidos-e-a-serie-ruim-que-voce-assiste-ate-o-fim/#respond Wed, 29 Sep 2021 20:02:31 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/nove-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1471 Grande parte das adaptações de livros para a TV não consegue passar imune a críticas. E assim foi com “Nove Desconhecidos”, disponível no Brasil pela Amazon Prime, que adapta a obra homônima da australiana Liane Moriarty (de “Big Lilttle Lies”) para a televisão.

Alguns fãs dizem que a personagem central, Masha (interpretada por Nicole Kidman), é muito mais durona no livro. Outros não gostaram das adaptações que diferem o livro do roteiro no streaming (sem mais detalhes, aqui, para evitar spoilers).

Mas o fato é que “Nove Desconhecidos” é aquela série que a gente assiste reticente, achando ruim. Mas quando vê, já foi até o fim.

A história se passa em torno de uma espécie de retiro de luxo, a Tranquillum House, que seria um spa de cura física e espiritual. A proprietária, a enigmática russa Masha Dmitrichenko, promete que os poucos hóspedes –selecionados a dedo– sairão de lá após dez dias totalmente renovados.

É a partir daí que a série se desenvolve numa toada quase clichê: os hóspedes, ricos, mas aparentemente comuns, vão revelando pouco a pouco traumas e questões muito íntimas que refletem em suas vidas.

Entre eles, uma escritora de best-sellers que vê sua carreira e vida pessoal desabarem; uma família que não superou a morte de um filho; um ex-atleta que sofre com as dores e vícios de quando estava na ativa.

Envolvidos pela mentora do spa, eles encaram seus medos –e muitos psicodélicos– para superar as próprias amarras. Sabe enredo de filme, de novela? Então.

Mas há detalhes que fazem o espectador, meio com raiva, meio fascinado, seguir até o fim. A começar pelo maior deles: a quase hipnose que é assistir à gigante Nicole Kidman onipresente, de peruca loira e com um sotaque russo artificial, conduzir a trama.

Soma-se a ela a química maravilhosa entre os personagens de Melissa McCarthy e Bobby Cannavalen (dá vontade de assistir aos dois juntos em muitas séries!) e os tabus reais que envolvem a perda de um ente querido, representados pela família Marconi.

A cereja do bolo fica pelo exagero na psicodelia, cujos erros e acertos na série você pode ler aqui.

“Nove Desconhecidos” não é uma obra de arte do streaming. Mas envolve quem a assiste e ajuda a passar o tempo sem queimar muito a cabeça. O que pode ser uma boa em períodos tão conturbados no país.

*

“Nove Desconhecidos”. Disponível na Amazon Prime Video.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

]]>
0
7 motivos para ouvir ‘Paciente 63’, série com Seu Jorge e Mel Lisboa que mistura viagem no tempo e pandemia https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/01/7-motivos-para-ouvir-paciente-63-serie-com-seu-jorge-e-mel-lisboa-que-mistura-viagem-no-tempo-e-pandemia/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/01/7-motivos-para-ouvir-paciente-63-serie-com-seu-jorge-e-mel-lisboa-que-mistura-viagem-no-tempo-e-pandemia/#respond Wed, 01 Sep 2021 20:25:56 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/paciente-63-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1453 Uma experiente psiquiatra é apresentada a seu novo paciente, um homem que foi encontrado após um surto e que recebeu o diagnóstico de “psicose paranóide”. No hospital, eles iniciam a terapia, e esse homem –Pedro Roiter, designado como paciente 63– tenta convencer a médica, Elisa Amaral, de que é um viajante do tempo que retornou para salvar a humanidade de um vírus mortal.

O enredo digno de filme na verdade guia uma áudio série, “Paciente 63”, original do Spotify. A obra é a versão brasileira do podcast chileno “Caso 63”, de Julio Rojas, que chegou a ser citado como um destaque digital na retrospectiva do New York Times em 2020. Por aqui, os personagens ganham vida e vozes marcantes e conhecidas: Mel Lisboa (Elisa) e Seu Jorge (Pedro).

O diálogo profundo entre os protagonistas prende o ouvinte e o leva a uma confusão de sentimentos, que ora passam pela verossimilhança, ora voam longe da realidade. Pedro jura que voltou de 2062 para 2022, ano em que a série se passa, com um propósito maior. E ele precisa convencer sua médica de que não é esquizofrênico.

“Paciente 63” é um podcast de ficção científica com ar de radionovela, envolvente e muito enigmático. Destacamos alguns motivos pelos quais você deve ouvi-lo.

1. Os episódios são curtinhos e intensos. Têm cerca de 15 minutos cada um, sendo que a temporada completa reúne 10. Ou seja: a ideia é maratonar como uma série de televisão. Até porque é quase impossível não querer avançar na história para entender o que está acontecendo.

2. A série apresenta situações distópicas, mas nem tanto. Pedro diz que a geração do futuro é chamada de EP –entre pandemias–, e que se habitou a viver basicamente no mundo das telas, sem muito contato humano. Parece possível? Na geração EP, o tête-à-tête se dá mais como uma prova de fé do que como algo habitual, e a nuvem de dados vira um marco temporal que também divide períodos.

3. O texto cita teorias que realmente existem fora do podcast, como a Lei de Desdobramento do Tempo e do Espaço, do cientista Jean Pierre Garnier Malet. Ela fala em aberturas temporais que nos ajudariam a entender sonhos e premonições –e o pé na dúvida, no “será?”, torna a história ainda mais interessante.

4. O paciente 63 desafia a psiquiatra e suas argumentações técnicas a todo momento. E nos faz novamente traçar um paralelo entre a série ficcional e a realidade pandêmica, em que a ciência tem sido colocada a prova com teorias conspiratórias e desinformação.

5. A áudio série tem uma suposição sobre a vida em Marte. Da qual não falaremos, para não conter (mais) spoilers.

6. É quase previsível dizer, mas as interpretações de Mel Lisboa e Seu Jorge são ótimas e sobem ainda mais a régua da obra, que já é excepcional. O ouvinte se vê imaginando as cenas, as expressões faciais, os suspiros… Vozes que envolvem totalmente o expectador na trama.

7. O final é inesperado –ainda que ser inesperado seja, de certa forma, o desfechado esperado em uma ficção científica. E deixa aquela dúvida: haverá uma segunda temporada?

Esperamos fortemente que sim.

*

Paciente 63. Série em formato de podcast, disponível no Spotify.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

 

]]>
0
Humorista da ‘Pifãizer’ lança especial de comédia e lembra: ‘A gente não existe só no dia que viraliza’ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/08/19/humorista-da-pifaizer-lanca-especial-de-comedia-e-lembra-a-gente-nao-existe-so-no-dia-que-viraliza/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/08/19/humorista-da-pifaizer-lanca-especial-de-comedia-e-lembra-a-gente-nao-existe-so-no-dia-que-viraliza/#respond Thu, 19 Aug 2021 14:00:02 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/esse-menino-2-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1427 Desde o dia 9 de junho, ficou difícil ler qualquer notícia relacionada à vacina da Pfizer sem falar, ainda que mentalmente, “Pifãizer”. É que foi nessa data que o humorista mineiro Esse Menino, 25, viralizou ao ironizar as inúmeras tentativas –sem sucesso– da fabricante em vender o imunizante ao governo brasileiro.

O caso, revelado pela CPI da Covid, acabou servindo de base para a esquete que bombou nas redes sociais e que conta, até agora, com mais de 20 milhões de visualizações. “Inventei de fazer um vídeo sobre a notícia, e aí minha vida mudou”, relata o artista.

Mas o que parece sorte ou um tiro certeiro é o reflexo de uma carreira já consolidada no humor, e que dá agora novo passo com o lançamento do especial de comédia “Poodle”. O projeto audiovisual independente foi criado e gravado antes do vídeo da “Pifãizer”. Ele tem roteiro, produção e performance de Esse Menino, e conta com as participações das cantoras Duda Beat, Jup do Bairro e  do jornalista Chico Felitti.

“Eu criei esse texto para ser feito no palco, ao vivo, mas quando vi que a pandemia não ia acabar, pensei: é isso [formato online] que eu tenho agora”, explica o comediante. Em “Poodle”, Esse Menino joga um olhar muito bem-humorado, e igualmente crítico, aos estereótipos e clichês que orbitam os gays –tanto no dia a dia quanto na mídia e na televisão.

Dividido em cinco atos — negação, revolta, depressão, barganha e aceitação–, o projeto de comédia usa as fases do luto para falar de um gay militante que “morre” dentro de si e acaba se tornando uma pessoa alienada.

“Pensei: e eu fosse cada vez mais matando esse militante que existe em mim, o que eu viraria? Viraria essa ‘bicha poodle’, uma gay pet que só faz graça para os héteros”, explica Esse Menino. Assim, o comediante desenvolve o especial mostrando um homem que se perde nas próprias convicções e acaba domesticado, caricato.

Esse Menino aborda padrões impostos aos LGBTQIA+ pela sociedade, pela mídia e a também critica a cultura do cancelamento. “Qual a forma mais fácil de [uma marca] pegar uma pauta importante e mostrar que está preocupada com ela? É falar: agora todo comercial vai ter uma pessoa preta, uma pessoa gay e pronto”, diz. “Mas esse comercial, muitas vezes, mostra que você só é aceito ao se encaixar em padrões. É uma lavagem de quem a gente é, uma homogeneização. Nós estamos felizes com isso?”, indaga.

O formato de “Poodle” não foi alterado depois que o artista viralizou. O roteiro inicial foi elaborado para um edital de micropeças da Prefeitura de Belo Horizonte, com cerca de 10 minutos, e acabou expandido para 40. Está disponível para compra por R$ 20 até esta sexta (20), e exibição até domingo, em uma plataforma colaborativa.

Depois, o projeto deve seguir para o YouTube ou algum streaming que se interessar. “Estou me vendendo mesmo”, brinca. “Quero juntar um dinheiro porque, possivelmente, no ano que vem essa galera vai olhar para mim e falar: ‘ai, não sei mais se ele está tão legal quanto era'”.

“Eu sei de vários artistas independentes que, na pandemia, não conseguem mais pagar as contas. Não acho que todo mundo tem que popularizar, mas sei da dificuldade e me sinto muito sortudo por fazer uma arte que atraia publicidade”, relata Esse Menino. “A gente não existe só no dia que a gente viraliza.”

*

“Poodle”. Especial de comédia de Esse Menino. R$ 20. Ingresso: R$ 20, para evoe.cc/essemenino. Até 20 de agosto.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

 

]]>
0
Brasil é moralista e pouco fala sobre redução de danos, diz Letícia Colin após personagem viciada em crack https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/07/14/brasil-e-moralista-e-pouco-fala-sobre-reducao-de-danos-diz-leticia-colin-apos-personagem-viciada-em-crack/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/07/14/brasil-e-moralista-e-pouco-fala-sobre-reducao-de-danos-diz-leticia-colin-apos-personagem-viciada-em-crack/#respond Wed, 14 Jul 2021 19:54:57 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/letícia-colin-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1404 Quando Letícia Colin começou a viver Amanda, sua personagem em “Onde Está meu Coração”, a intenção era desconstruir a imagem desumanizada dos usuários de drogas. Na série, Amanda é uma médica jovem, casada, de classe média-alta e que aparentemente tem tudo –mas acaba perdendo o controle de sua vida por causa do vício no crack.

É na força da atuação da atriz e de seu núcleo familiar na trama (com destaques para Mariana Lima e Fábio Assunção), além da delicadeza em tratar da dependência química e de outros temas que a permeiam –como alcoolismo e uso de estratégias que visam reduzir os efeitos negativos das drogas sem a necessidade da abstinência– que a série realista se destaca.

“O crack gera um vício violento porque é muito rápido. A pessoa se esquece de beber água, de comer, e isso faz com que ela fique com o corpo muito debilitado, perdendo as características de sua caminhada. Então julgamos, como se ali não houvesse mais alguém que tem família, sonhos e afetos”, relata Letícia.

Conforme a série adentra o vício de Amanda, revela também outras compulsões mais aceitas pela sociedade –o pai dela, também médico, tem uma amante e é alcoolista. A irmã busca na castidade e na religião a solução para uma tragédia familiar. O marido de Amanda, egocêntrico, vê em fortuna e ostentação sua realização de vida. Orbita a obra, assim, a hipocrisia.

Ao acompanhar a imersão da personagem na clínica de reabilitação e as tentativas desesperadas da mãe de trazer a filha de volta a si, “Onde Está meu Coração” revela questões ainda tabu, mas que precisam ser levantadas. É certo criminalizar o usuário ou dependente de drogas? Por que o álcool é permitido, e a maconha não? Como devolver o dependente ao convívio social?

“Nossa juventude bebe loucamente, um problema seríssimo, e a maconha é que é vista como vilã. Isso é uma mentira conveniente que vem sendo contada e propagada por um governo moralista, ultrapassado e autoritário”, segue Letícia Colin. “A gente pouco fala no Brasil da redução de danos –esse assunto é muito abafado por políticas moralistas, religiosas, quando o Estado deveria ser laico.”

Os dez episódios de “Onde Está meu Coração” ganham ainda mais potência com a rica trilha sonora composta por Nick Cave, Nina Simone e Elvis Presley. E por uma das músicas mais belas da série: “Experiencie”, de Ludovico Einaudi.

Por enquanto não há confirmação de nova temporada, mas fica a torcida pela continuação dessa obra tão necessária.

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

]]>
0