Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Folha nasceu no mesmo ano que Lana Turner e Ruth de Souza, lembra leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/folha-nasceu-no-mesmo-ano-que-lana-turner-e-ruth-de-souza-lembra-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/folha-nasceu-no-mesmo-ano-que-lana-turner-e-ruth-de-souza-lembra-leitor/#respond Wed, 24 Feb 2021 13:00:17 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/charles-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1209 O pitaco de hoje é do leitor Adilson Carvalho, 51, do Rio de Janeiro. Adilson é cinéfilo, já foi assistente de Rubens Ewald Filho, e mantém um canal no YouTube em que fala sobre a sétima arte.

Aqui, ele manda sua contribuição para o centenário da Folha, fazendo um paralelo entre a história do jornal e a do cinema.

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Centenário é uma marca muito importante, principalmente sendo o de um veículo de informação como a Folha de S.Paulo. São 100 anos de credibilidade e de fidelidade ao seu público leitor.

Como cinéfilo, vejo a data igualmente importante pelo grande valor que o jornal sempre deu à sétima arte. Publica artigos mil e dá destaque para o que o cinema tem produzido –lembrando que, no fim do ano passado, celebramos 125 anos desde a exibição pública dos irmãos Lumière, que acendeu um século de luzes.

No ano em que nasceu esta renomada publicação, Rudolph Valentino era o ídolo das telas, imagem de sedução de um “latin lover” que explodia internacionalmente com “O Sheik”. Chaplin e Jackie Coogan arrancavam risos e lágrimas em “O Garoto”, um de seus maiores sucessos em uma era que ninguém falava nas telas.

No mesmo ano em que Folha imprimia suas primeiras páginas, nasciam Lana Turner, Cyd Charisse, Jane Russel e Deborah Kerr, estrelas de uma Hollywood que igualmente engatinhava. Por aqui, nomes nacionais também chegavam ao mundo, como Ruth de Souza e Cacilda Becker.

Folha sempre soube destacar a arte cinematográfica e passar informação sobre filmes. Para isso, organizou primorosas coleções vendidas inicialmente aos domingos –como em 1997, auge do VHS, com 30 filmes incluindo as obras “E La Nave Va”, de Fellini, ou “Lua de Fel”, de Polanski.

Com a chegada do formato digital, a Folha possibilitou ao público ter acesso a clássicos do cinema, muitos dos quais sem espaço de exibição na TV, aberta ou por assinatura. Lembrou o trabalho de nomes da era de ouro, com as coleções Grandes Astros do Cinema e Grandes Diretores do Cinema.

Nestas, era oferecido ainda um livreto repleto de informações e dados biográficos, agradando não só aos colecionadores e cinéfilos como ao público em geral. Foram nomes como Jean Renoir, Alfred Hitchcock, Serguei Eisenstein, Billy Wilder e Ernst Lubitch.

Vejo que o amor pelo cinema ocupa um lugar especial nesses 100 anos do jornal, que acompanhou sua evolução. Cobriu a chegada do som ao filme com “O Cantor de Jazz” (1927), o crescimento das salas de exibição no país e a divulgação das premiações, como Oscar, Cannes e Gramado.

Dos filmes na TV ao crescimento do home vídeo, do VHS e do cinema digital, o centenário significa muito para quem ama cinema. Celebremos essa data sob as luzes dos holofotes que fazem história em som, imagem e, graças à Folha, em palavras.

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E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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Por que uma animação de 12 minutos da Netflix vai te fazer chorar https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/11/26/por-que-uma-animacao-de-12-minutos-da-netflix-vai-te-fazer-chorar/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/11/26/por-que-uma-animacao-de-12-minutos-da-netflix-vai-te-fazer-chorar/#respond Thu, 26 Nov 2020 18:43:16 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/se-algo-acontecer-te-amo-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1124 Há cenas que não precisam ser narradas para dizer tudo. Com a animação “Se Algo Acontecer… Te Amo” é justamente assim: são apenas 12 minutos de filme, sem falas, mas com muita emoção. A ponto de derreter até os corações mais gelados.

O curta-metragem americano entrou no catálogo da Netflix no último dia 20 e já está nas paradas dos mais assistidos do streaming no Brasil. Dirigido por Michael Govier e Will McCormack, conta a história de um casal que enfrenta um vazio emocional após a morte da filha em um tiroteio na escola.

O tema, tristemente comum nos Estados Unidos, é abordado de forma única e com muita sensibilidade. A distância que passa a envolver o casal nos pequenos feitos do dia a dia é sentida pelo espectador, que vê nos símbolos de suas sombras a mensagem da dor e de um abismo.

Os pais não sabem como lidar com a partida da filha. Mas o mais bonito de “Se Algo Acontecer… Te Amo” é sua singeleza: o drama é sobre uma tragédia, mas toca qualquer pessoa que já se sentiu distante de alguém amado por simplesmente não saber como falar sobre a dor.

E antes que este texto fique mais longo que o próprio curta-metragem, vale saber que o filme também fala de esperança. E de como a lembrança de bons momentos pode reconectar quem se perdeu.

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“Se Algo Acontecer… Te Amo”. 12 min. Disponível na Netflix.

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‘Vivi as transfobias de Valentina’, diz atriz que interpreta garota trans em filme da Mostra de Cinema https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/27/vivi-as-transfobias-de-valentina-diz-atriz-que-interpreta-garota-trans-em-filme-da-mostra-de-cinema/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/27/vivi-as-transfobias-de-valentina-diz-atriz-que-interpreta-garota-trans-em-filme-da-mostra-de-cinema/#respond Tue, 27 Oct 2020 19:38:11 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/valentina2-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1059 Ela tem 17 anos e acaba de se mudar para uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Passaria por uma adaptação comum na vida de qualquer adolescente se não fosse por uma questão: na tentativa de evitar intimidações, Valentina, garota transexual, quer se matricular na nova escola com seu nome social.

Começa, assim, uma série de dilemas. Despreparada, a escola passa a exigir a assinatura do pai ausente da menina para que ela use seu nome no local, e os moradores da cidade passam a hostilizá-la e a submetem a agressões físicas e morais quando descobrem sua história.

O drama ilustrado no longa “Valentina”, em cartaz na 44ª Mostra Internacional de Cinema, é rotineiro para muitos jovens transgênero: apenas 0,02% estão em universidades e 72% não concluem o ensino médio, segundo dados do projeto Além do Arco-Íris, da AfroReggae. Emprego formal, então, é exceção para trans e travestis no Brasil.

“As transfobias cotidianas de Valetina eu vivi, e toda menina transexual sofre. Mas não se trata só de agressões físicas. Você não ser aceita em um lugar; o menino rir da sua cara; não respeitarem seu nome… tudo isso é uma agressão”, conta a youtuber Thiessa Woinbackk, 30, que estreia como atriz na Mostra.

Thiessa também cresceu em uma cidade pequena, Catalão, no interior de Goiás, e conta que vivenciou muito de sua personagem até se mudar para São Paulo –mas com alguns pontos dissonantes. “Valentina tem a mãe ao lado que eu nunca tive. E ela se entendeu mulher muito nova, eu demorei mais.”

A relação de Valentina com a mãe [interpretada por Guta Stresser] também é um ponto forte e preponderante do filme. Enquanto a menina encontra acolhimento na força feminina, ela é invalidada e desrespeitada pelo masculino. A mãe, mesmo simples e sem recursos, a ampara; o pai tem vergonha.

Para Thiessa, a luta da personagem para ser matriculada por seu nome social reflete a batalha real dessas pessoas por identidade. “A Anitta [cantora] não se chama Anitta, mas todo mundo respeita. Por que não fazer isso com pessoas trans? É tão simples. Não deveria nem ser uma questão. Mas o mundo ainda é tão retrógrado que a gente precisa falar sobre isso. Temos que normalizar.

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Valentina. 44ª Mostra de Cinema. R$ 6, em mostraplay.mostra.org.

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Guta Sresser e Thiessa Woinbackk em ‘Valentina’ (Reprodução)
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Vencedor de Oscar, drama com Kate Winslet faz pensar sobre pré-julgamento, conta leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/#respond Wed, 09 Sep 2020 11:00:20 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/o-leitor-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=981 O pitaco de hoje é de Mario Celio de Andrade, 62, bancário aposentado e morador de Divinópolis (MG). Ele indica aos leitores do blog o filme “O Leitor” (2008), drama que teve cinco indicações ao Oscar e levou o de melhor atriz com Kate Winslet.

O longa é inspirado no romance homônimo, de Bernhard Schlink. Narra a história de Michael Berg (David Kross), um adolescente de 15 anos que vive uma paixão com Hanna Schmitz (Kate Winslet), mulher mais velha que um dia simplesmente desaparece.

Oito anos se passam e Berg, agora estudante de direito, se surpreende ao revisitar o passado enquanto analisa um julgamento de crimes de guerra cometidos por nazistas.

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“O Leitor” é um drama que nos faz mudar mais de uma vez o julgamento dos personagens centrais. Nele, uma mulher analfabeta e sem trato se relaciona com um jovem adolescente numa Alemanha do período nazista. É uma relação complexa, de dependência e culpa, mas muito interessante do ponto de vista humano.

Do ponto de vista dramático, “O Leitor” é o filme mais completo que eu vi. Se não tivermos atenção, podemos julgar os personagens de forma superficial.

Michael e Hanna vivem um relacionamento improvável devido às diferenças de idade e cultural –uma vez que Hanna é analfabeta. O encontro entre os dois é casual. Ele passa mal perto da casa dela, e ela o leva para dentro, para cuidar dele.

O adolescente acaba se apaixonando, e Hanna e se encanta com a possibilidade de ter alguém que possa ler para ela. Mas em algum momento essa mulher desaparece, e anos depois, ao final da guerra, os dois acabam se reencontrando em um julgamento, acidentalmente. Ele pode inocentá-la.

Acompanhando o desenvolvimento da história, nos colocamos no lugar de um e de outro, com suas mágoas e desencontros, e percebemos como é difícil entender o outro sem estar em sua pele. Cada um, ao seu modo, tem razão e está errado –depende do ponto de vista e da oportunidade.

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Filme baseado na biografia da pintora Maud Lewis é lição de empatia, conta leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/#respond Tue, 01 Sep 2020 19:05:35 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/maudie-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=972 O pitaco de hoje é da leitora Elanisa Martins, 61 anos, de Petrópolis (RJ). Ela conta que sempre foi apaixonada por cinema e que gosta de fazer resenhas, por isso escreve para o Pitaco Cultural.

O filme escolhido por ela é “Maudie” (2016), baseado na vida da artista canadense Maud Lewis (1903-1970). Disponível na Netflix, o longa conta a história de uma mulher que tem artrite reumatoide. Após ser rejeitada por sua família, ela busca independência trabalhando para um rabugento vendedor de peixes.

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Maudie (Sally Hawkins) tem dificuldade para andar. Com pés tortos, coluna arqueada e dores por causa da artrite reumatoide, ela sofre com o pré-conceito de acharem que não é capaz de se cuidar. Sofre com a insensibilidade de sua família.

Resolve, então, virar empregada de um matuto da região, Everett (Ethan Hawke), e muda-se para sua casa. Diante de um monte de dificuldades, escolhe as cores para pintar seu pequeno mundo –suas telas são as paredes, as janelas e as portas.

O dia de Maudie é trabalhar duro para sobrar tempo para pintar. O diferente Everett vai se tornando seus pés sãos. “Algumas pessoas não gostam de quem é diferente”, diz.

Everett (Ethan Hawke) e Maudie (Sally Hawkins) no filme (Reprodução)

O filme se passa a maior parte do tempo em um cômodo, um loft superior e um quintal de uma casinha afastada de tudo –restrita como um palco, onde o que importa são os atores.

A loucura de um começa a ser compreendida pelo outro, e vira uma lição de empatia. Sally Hawkins, maravilhosa como sempre, tenta se aproximar de um quasímodo feminino, sendo doce, sarcástica, esperta e talentosa em sua personagem.

Ethan Hawke é perfeito como o grosseiro, agressivo e louco Everett, que não teve muita chance de saber como expressar seus sentimentos.

“Maudie” é ótimo filme pra ver em casa (pequena ou não) e captar os insights do diretor Aisling Walsh, aplicando-os ao confinamento. É uma biografia adaptada da vida da pintora Maud Lewis.

By the way, a sinopse está errada: Maudie não queria “alcançar o sucesso como artista” –ela só queria viver dentro das suas pinturas, só queria pintar.

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Vale a pena pagar R$ 100 para assistir a um filme em cinema drive-in? https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/08/17/vale-a-pena-pagar-r-100-para-assistir-a-um-filme-em-cinema-drive-in/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/08/17/vale-a-pena-pagar-r-100-para-assistir-a-um-filme-em-cinema-drive-in/#respond Mon, 17 Aug 2020 13:00:44 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/drive-in-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=949 Com a pandemia do coronavírus, o setor de entretenimento teve que se reinventar. Ou resgatar hábitos antigos, como o cine drive-in, que voltou a ser opção para quem quer ir ao cinema sem o risco de estar em um espaço com aglomeração.

Iniciativas do tipo pipocaram na capital paulista, que já conta com ao menos sete opções: Arena Estaiada Drive-in, próximo à ponte estaiada; Villa Open Air, no shopping Villa-Lobos; Drive-in Paradiso, no estacionamento da Assembleia Legislativa; Cine Drive-in do shopping Morumbi Town; Belas Artes Drive-in, no Memorial da América Latina; Super Cine Espaço das Américas e o Tom Brasil Experience Drive-In, próximo à casa de shows.

Como a Covid-19 adiou datas e mudou todo o calendário da indústria cinematográfica, esses espaços, não exibem estreias. Alguns apostam em clássicos –como “Cantando na Chuva”, em cartaz no Belas Artes; outros em filmes de terror (como “A Maldição da Freira”, em cartaz no Drive-in do Morumbi Town), e outros ainda em documentários. A programação tem ficado mais diversificada.

A questão é que o ingresso de cada carro custa em torno de R$ 100. Alguns espaços cobram por pessoas, e a maioria por veículo –que pode ter até quatro pessoas. Mas, vale lembrar: o banco de trás fica com a visão bastante prejudicada, não sendo, portanto, uma boa escolha. Não é muito dinheiro para um período de crise?

Este blog foi bastante cético ao ir à sua primeira sessão em drive-in, e acreditava ser um investimento fadado ao fracasso. Só que não é.

Salvo um dia com tempo ruim (muito úmido, que pode embaçar o vidro), a visão da tela é perfeita. É possível assistir ao filme sem o desconforto de ter que pedir para seu vizinho de fileira ficar quieto, ou para seu vizinho de poltrona desligar a tela do celular. O som, sintonizado por rádio, funciona muito bem. Dá para baixar o banco e ficar numa boa… melhor do que muitos cinemas com sessões lotadas.

A pipoca não fica de fora: por meio de aplicativo de celular, é possível pedir algo para comer. Na sessão vivenciada pelo Pitaco Cultural, era possível até pedir quitutes de restaurantes parceiros, como o Outback. E sem temer pela segurança, já que os únicos contatos diretos com pessoas são na entrada, para medição de temperatura e validação do ingresso, e na entrega da comida. Funcionários estão todos sempre bem paramentados, e entregam o pedido pela janela do carro.

Dá um gostoso toque à experiência o ar retrô de vivenciar os anos 1950 e 1960 em pleno século 21.

Mas é claro que estamos falando de um produto com limitações. A começar pelo fato de que, para ir a uma sessão, é preciso ter um carro.

Quem pode desembolsar R$ 100 terá uma ótima opção de divertimento para tempos tão reclusos. Só que há, ainda, muito o que se adaptar para que o entretenimento não fique restrito às classes média e alta durante a pandemia.

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E você, que filmes ou séries te inspiram nesse momento? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

Filme exibido no Open Air, drive-in do shopping Villa-Lobos (Reprodução)
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Novo ‘O Homem Invisível’ foca a mulher e mostra homem opressor, aponta leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/03/03/novo-o-homem-invisivel-foca-a-mulher-e-mostra-homem-opressor-aponta-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/03/03/novo-o-homem-invisivel-foca-a-mulher-e-mostra-homem-opressor-aponta-leitor/#respond Tue, 03 Mar 2020 19:43:14 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/homem-invisível-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=690 Nesta terça (3) vamos com o pitaco do leitor Adilson Carvalho, 50, do Rio de Janeiro. Adilson é professor e foi assistente do crítico de cinema Rubens Ewald Filho. Para o blog, ele escreve sobre “O Homem Invisível”, longa que entrou em cartaz nos cinemas na última semana.

No filme, uma mulher descobre que seu ex-namorado —um cientista brilhante, porém abusivo— cometeu suicídio e lhe deixou uma fortuna como herança, mas ela não acredita que ele de fato morreu. Quando eventos estranhos começam a acontecer, ela suspeita que ele na verdade descobriu uma forma de ficar invisível.

Confira, abaixo, a resenha do leitor.

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A literatura de ficção científica sempre se orgulhou de seu visionarismo, como no submarino Nautilius ou na viagem à lua idealizados por Júlio Verne –muitas décadas antes de sua concretização. Encabeçando a lista de avanços ainda não realizados está a invisibilidade, imaginada pelo escritor britânico H.G.Wells (1866-1946) não como o resultado de uma mágica, mas como um soro capaz de impedir a reflexão e a refração da luz.

De lá para cá, o mundo mudou –e tendo em vista o erro estratégico de quando transformaram “A Múmia” (The Mummy) em filme de ação centrado na figura de Tom Cruise–, a produtora Blumhouse assumiu a responsabilidade de tentar reiniciar o dark universe. O projeto, que nos seus estágios iniciais teve o nome de Johnny Depp atrelado a ele, foi refeito como uma história de relacionamento abusivo em “O Homem Invisível”. A trama se desenvolve em torno da personagem de Cecilia Kass (Elizabeth Moss, de “The Handmaid’s Tale”) e de seu ex-marido, cuja aparente morte a deixa uma mulher rica.

O diretor e roteirista Leigh Whannell foi feliz na decisão de jogar o foco da história na vítima em vez do monstro. Cecilia é perseguida por seu ex-marido, que desenvolveu a invisibilidade. O tema ganha a luz da atualidade por tratar de um relacionamento abusivo, como se seguisse a cartilha do movimento #MeToo por denunciar uma violência não apenas física, mas também psicológica.

Poderíamos estar ouvindo a melódica “Woman in Chains”, da banda Tears for Fears, e também entraríamos na mesma sintonia que a recente condenação do ex-magnata Harvey Weinstein. É curioso que seja um filme intitulado “Homem”, mas que saiba se identificar tão bem com a mulher atual. A modernização ainda funciona por resvalar na vulnerabilidade diante de um avanço tecnológico que viola a privacidade, sendo isso um grande acerto principalmente por se tratar de uma história que traz o legado de ter sido filmada pelo genial James Whale em 1933, e criada por um gênio da literatura de ficção científica, no caso de H.G.Wells.

Essa reinterpretação consegue aproveitar a essência desse legado com os monstros do mundo moderno, com os ecos de opressão vivida ainda por milhares de mulheres presas a um relacionamento violento. Quanto à forma, Whannell nitidamente se permite enveredar pelo thriller hitchcockiano, colocando sua heroína solitária diante de uma ameaça que a deixa muitas vezes à beira da insanidade.

No filme, Cecilia encontra ceticismo de todos, mas apoio do amigo de infância James (Aldiss Hodge) e de sua filha adolescente Sydney (Storm Reid) contra a ameaça que não pode ser vista, mas pode estar em qualquer lugar –se beneficiando do estado de paranoia que a vida moderna parece nos infundir. Não é exagero afirmar que o embate entre o vilão invisível, vivido por Oliver Jackson-Cohen (de “A Maldição da Residência Hill”), e a heroína visível, interpretada por Elizabeth Moss, certifica que os monstros do passado da Universal podem ser criativamente reimaginados –seja em sua forma em ou sua temática.

Cena de ‘O Homem Invisível’ (Divulgação)

A atuação de Moss é intensa, crível, sem exageros, e movimenta a trama conferindo credibilidade. Ela é conduzida pelo mesmo diretor que evitou que “Sobrenatural 3” caísse no desgaste natural de uma sequência.

O tema musical de Benjamin Wallfisch é essencial para emoldurar o isolamento da protagonista sem precisar cair no clichê do “jump scare” (técnica usada com o intuito de assustar o público) gratuito que o gênero muitas vezes acaba por empregar. O efeito é permitir uma cumplicidade com a personagem que consegue ser vulnerável na medida certa, mas que desperta para a bravura de uma Sarah Connor, ou uma Ellen Ripley, só para lembrar alguns personagens femininos icônicos do cinema. Cecilia enfrenta seu nêmesis oculto cuja genialidade só é superada por seu ilimitado sadismo.

O cinema já mostrou o potencial militar de uma camuflagem invisível em “O Predador” e nas naves romulanas de “Star Trek”, mas coube a Elizabeth Moss enfrentar essa ameaça não como uma super heroína dos quadrinhos, mas como uma mulher que não aceita mais ser refém de um jogo doentio. E que se descobre capaz de se reerguer forte e corajosa –se fazendo, antes de tudo, visível.

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O Homem Invisível. Saiba onde assistir ao filme em São Paulo aqui.

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Oscar negligencia produções, mas premia filme além de suas fronteiras, diz leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/02/10/oscar-negligencia-producoes-mas-premia-filme-alem-de-suas-fronteiras-diz-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/02/10/oscar-negligencia-producoes-mas-premia-filme-alem-de-suas-fronteiras-diz-leitor/#respond Mon, 10 Feb 2020 13:27:52 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/oscar-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=628 Nesta segunda (9) vamos com o pitaco do leitor Adilson Carvalho, 50, do Rio de Janeiro. Adilson é professor de inglês e português e foi assistente do crítico Rubens Ewald Filho até sua morte –não surpreende, portanto, sua predileção por cinema.

Para o blog, ele escreve o que achou dos premiados do Oscar 2020.

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A 92ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood foi em parte feita de compensações. Em um momento em que as mulheres ganharam espaço maior e merecido, nas artes e na mídia internacional, Greta Gerwig foi negligenciada pela Academia como melhor diretora, mas Jacqueline Durran conseguiu levar o prêmio de melhor figurino por “Adoráveis Mulheres”.

As rivais DC Comics e Marvel foram representadas no palco por Gal Gadot (Mulher Maravilha) e Brie Larson (Capitã Marvel) junto à icônica Sigourney Weaver, anunciando a primeira maestrina a conduzir as trilhas sonoras indicadas, prêmio dado para “Coringa”.

Compensação histórica foi a esperada vitória de Renée Zellweger por “Judy – Muito Além do Arco Íris”, retratando a lendária Judy Garland, uma das maiores injustiçadas em 92 anos de premiação.

Embora Taron Egerton tenha sido esnobado em sua personificação de Elton John, “Rocketman” levou a estatueta de melhor canção para “I’m Gonna Love Me Again”, cuja apresentação no palco foi minha favorita em uma noite de números musicais com nomes como Eminem, Janelle Monáe e Billie Eilish, vitoriosa no Grammy, convidada pela Academia para uma bela interpretação de “Yesterday” dos Beatles na hora do In Memorian.

O favoritismo da eterna Bridget Jones repetiu-se com Joaquin Phoenix em “Coringa”, tendo este feito um dos mais belos discursos da noite. Mas foi Brad Pitt quem abriu a noite com o prêmio de melhor ator coadjuvante por “Era em uma vez em Hollywood”. Favoritismo foi também o tom da vitória de Laura Dern por “História de um Casamento”, além de mais uma vitória da Disney com o prêmio de melhor animação por “Toy Story 4” –mostrando que a história de Woody e Buzz ainda tem fôlego.

O Brasil foi desprezado quando Idina Menzel e um elenco de vozes internacionais fizeram uma bela performance mostrando versões da princesa Elza em japonês, russo, espanhol, dinamarquês, entre outros, mas não vimos a presença de Taryn Szpilman, a Elza brasileira. O Brasil também foi preterido quando Petra Costa perdeu o prêmio de melhor documentário, anunciado por Mark Ruffalo, para “Indústria Americana”.

O sul coreano Bong Joon Ho foi o grande vencedor da noite com passagem histórica para “Parasita” faturando quatro prêmios, melhor roteiro original, melhor filme estrangeiro, melhor diretor e melhor filme, um feito de admirável ineditismo, em uma história provocante para o conservadorismo da era Trump. A presença de Jane Fonda trajando vermelho ao final acentuou o tom provocativo, depois que a atriz e ativista foi várias vezes presa por protestos contra a política antiambientalista do atual governo.

Os prêmios técnicos reconheceram o difícil trabalho de mixagem de som para “1917”, de Sam Mendes. Este, de dez indicações, ficou reduzido a três prêmios, incluindo o de melhor efeitos visuais e melhor fotografia –este para o excelente Roger Deakins. Já “Ford vs Ferrari” levou dois prêmios para melhor montagem e melhor edição de som, um digno canto do cisne para a extinta 20th Century Fox.

O que dizer então da Netflix, que saiu vitoriosa apenas com o prêmio de Laura Dern por “História de um Casamento”, mas que teve “Dois Papas” e o excelente “O Irlandês” –este ignorado nas dez categorias para os quais foi indicado?

Se não houve a diversidade esperada, tivemos algumas surpresas e momentos que já são memoráveis como os aplausos a Martin Scorcese ou a rendição de Hollywood ao fato de o melhor filme poder estar além de suas fronteiras, e que o cinema, mais que diversão, é arte internacional.

Dedico este texto à memória do meu amigo e mentor Rubens Edwald Filho.

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Distintos e complementares, ‘Bacurau’ e ‘Parasita’ refletem sobre resistência, diz leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/12/20/distintos-e-complementares-bacurau-e-parasita-refletem-sobre-resistencia-diz-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/12/20/distintos-e-complementares-bacurau-e-parasita-refletem-sobre-resistencia-diz-leitor/#respond Fri, 20 Dec 2019 19:55:50 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/parasita-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=559 O pitaco de hoje é de João Estevam Lima de Almeida, 49, pernambucano que reside em São Paulo há oito anos. João é arqueólogo, historiador e escreve poemas, contos e crônicas. Além disso, “curte muito cinema”, como ele mesmo diz.

Para o Pitaco Cultural, faz uma resenha comparando os longas “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho, e “Parasita”, de Bong Joon-Ho. Aclamados, “Bacurau” levou o prêmio do júri no Festival de Cannes de 2019, enquanto “Parasita” foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes.

Confira.

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Seria possível comparar “Bacurau” e “Parasita”, dois filmes tão distintos? Quase não me atrevo a tecer reflexões sobre cinema, no entanto as perspectivas de um e de outro me fazem tentar criar paralelos. Não me aterei às suas sinopses; deixo ao leitor desta crônica que ainda não os assistiu (ou se ateve aos seus enredos) fazê-lo.

Sim, é possível tecer vários paralelos entre o filme de Kleber Mendonça Filho e o de Bong Joon-Ho. Atenho-me à perspectiva do lugar do outro. Em tupi, o nome Bacurau pode ser assim descrito: mbaé (bicho) e curau (que volta à cabeça). Biologicamente, parasita diz-se de um organismo que vive em outro organismo, dele obtendo alimento e não raro causando-lhe dano. Estão aí as metáforas centrais de um e outro para criar reflexões sobre a resistência.

Se em “Bacurau” o pássaro vai se mostrando aos poucos, demonstrando que a alteridade não quer se submeter a uma ordem estereotipada que não concebe ver o outro, em “Parasita” a invisibilidade vai se descortinando paulatinamente para chegar ao ápice.

Sim, os filmes podem à primeira vista parecer diametralmente opostos, mas firmam o lugar da resistência, onde há tensão e agrilhoamento por trás de um sistema capitalista perverso, perverso em todas as suas sutilezas e agressões, e a colocar à margem aqueles que não estão no centro do que se chama aquisição, consumo.

Vou pelo viés do espaço e do lugar para tentar traçar um paralelo entre um pássaro que se camufla para sobreviver e outro organismo que se torna invisível ao máximo para estar no lugar que poderia ser seu de direito. Em “Bacurau”, Kleber Mendonça Filho usa aspectos bem delimitados e a linguagem cinematográfica hollywoodiana para construir seu espaço de alteridade.

Bacurau, além de ser um pássaro, é uma cidade –cidade esta que simplesmente é apagada do mapa. Ela não existe e as pessoas que ali habitam não têm alma, porque não estão alinhadas ao sistema daqueles que concebem o mundo de forma unívoca e pobremente ocidental (no seu aspecto mais superficial, sem horizonte).

Aqui, Kleber Mendonça Filho estabelece o lugar do outro e o mostra por meio da lente daquele que não consegue ver o diferente; os elementos vão se descortinando e Bacurau, como um pássaro que antes se camuflava na caatinga, agora se mostra exuberante, atento e vigilante ao inimigo. A resistência é explícita, porque Bacurau existe, tanto como lugar, quanto como identidade.

Em “Parasita” se vê a justaposição de dois espaços em uma ótica oriental. O espaço do pobre, que para muitos não é harmônico, não é “clean”. É caótico e desproporcional se comparado com formas modernas, retas e bem delineadas de uma casa de um casal de classe média-alta em algum país oriental. O espaço da pobreza é tangencialmente sem estrutura; demarca o que é desigual, coloca o outro no limite entre viver e sobreviver.

A riqueza é proporcional e bela; a pobreza é feia, caótica e desproporcional. Aqui, o espaço, o lugar do outro, é paulatinamente habitado, ocupado e utilizado por aqueles que não deveriam ali estar.

Se em “Bacurau” há a invasão de um espaço ocupado por um invasor, que não concebe outro lugar e outro modo de vida que não aquele que circunscreve o seu mundo, levando a alteridade a lutar por aquilo que lhe pertence por direito –o direito de existir e de estar neste mundo–, em “Parasita” há a estranheza de se estar naquele organismo, que deveria ser de todos, mas pertence apenas a uma classe. Assim, o organismo que passa a viver daquele outro organismo precisa, em um primeiro momento, tornar-se invisível ou parecer-se ao máximo com aqueles que não são de sua classe.

Em “Bacurau”, o filtro é aumentar a lente ao máximo, como em um telescópio que consegue aproximar uma imagem com uma distância de milhões de estrelas. E ao aumentar a imagem, mostrar o outro que resiste, mesmo que ao invasor pareça aberrante, antinômico.

“Parasita” nos mostra que o pequeno organismo que se infiltra, adentra, se instala e passa a sugar daquele organismo que é estranho, mas que não precisaria ser, leva à sua própria estranheza, à sua própria alteridade.

Resistir se constitui perceber-se estranho e pertencente a este espaço, usufruí-lo. Kleber Mendonça Filho opta pela visibilidade do espaço da alteridade, do outro, que em um mundo distópico não consegue enxergar o outro. Bong Joon-Ho nos mostra que o caminho de uma invisibilidade não é mais possível, na tensão ambivalente que o cheiro pode provocar.

O pobre ao rico cheira mal e o coloca preso ao seu lugar. A fronteira é invisível, mas ela ali está, e demarca a barreira quase intransponível a separar dois mundos que não tentem ultrapassá-la. O cheiro da estratificação social torna-se uma bomba-relógio, que em determinado momento explode e lança seus estilhaços para todos os lados. Ninguém sairá ileso…

Sim, “Bacurau” e “Parasita” são filmes distintos e complementares. Metáforas antinômicas que confrontam a mesma distopia. No primeiro, a resistência é explícita, visual: o outro quer ocupar o lugar que querem tomar, erradicar, apagar, mas ele teima em se mostrar, não mais se camuflar, demarcar seu espaço. No segundo, a resistência é implícita, inescapável, quase invisível, sinestésica –e o outro ali está, mesmo que o não queiram senti-lo.

No lado ocidental a antinomia se mostra, no lado oriental o cheiro irrompe. Bacurau existe e o parasita vive!

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Veja onde assistir a “Bacurau” em São Paulo aqui. E “Parasita”, aqui

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Instituto que promove presença negra no audiovisual realiza mostra de filmes https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/11/19/instituto-que-promove-presenca-negra-no-audiovisual-realiza-mostra-de-filmes/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/11/19/instituto-que-promove-presenca-negra-no-audiovisual-realiza-mostra-de-filmes/#respond Tue, 19 Nov 2019 19:23:48 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/mostra-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=489 O pitaco de hoje é da repórter Priscila Camazano, que trabalha aqui na redação da Folha de S.Paulo. Ela sugere um festival gratuito de filmes promovido pelo Instituto Nicho 54, voltado à qualificação e inserção de profissionais negros no cinema e no setor audiovisual como um todo. Confira o pitaco:

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Desta quarta (20) até 30/11, o Instituto Nicho 54, que tem como foco promover a formação de jovens profissionais negros no audiovisual, realizará uma mostra de cinema gratuita na cafeteria Jardin do Centro, na Vila Buarque, região central de São Paulo. É a mostra Herói Negro Amor.

Na programação, dividida em dois ciclos (super-heróis e heroínas e amores negros), serão exibidos longas e curtas-metragens nacionais e internacionais sobre a temática negra.

Para abrir a sessão, será projetado nesta quarta (20), às 18h, “Cleópatra Jones” (1973), do americano Jack Starrett. O filme é um clássico do movimento blaxploitation –de filmes dirigidos e protagonizados por negros.

Na trama, que se passa na década de 1970, a atriz Tamara Dobson interpreta uma agente especial que desmascara policiais racistas e luta para derrubar a rainha do crime, a malvada Mommy, interpretada por Shelley Winters.

Outro destaque é o curta “Negrum3” (2018), dirigido por Diego Paulino, que mergulha na caminhada de jovens negros pela cidade de São Paulo. A exibição será na quinta-feira (21), às 19h30.

Já na sexta (22), uma sequência de cinco curtas será projetada a partir das 19h30. Nesta lista está o filme da cineasta Tata Amaral, “Viver a Vida” (1991), que narra o cotidiano do office-boy Cleibson. Outro destaque é curta “Pumzi” (2009), da queniana Wanuri Kahiu, mesma diretora que esteve à frente de “Rafiki” (2018).

Cena do curta ‘Negrum3’ (Divulgação)

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Herói Negro Amor. Jardin do Centro. Rua General Jardim, 494, Vila Buarque, São Paulo. De 20 a 30/11. Grátis. Mais em facebook.com/nicho54brasil

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