Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 7 motivos para ouvir ‘Paciente 63’, série com Seu Jorge e Mel Lisboa que mistura viagem no tempo e pandemia https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/01/7-motivos-para-ouvir-paciente-63-serie-com-seu-jorge-e-mel-lisboa-que-mistura-viagem-no-tempo-e-pandemia/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/09/01/7-motivos-para-ouvir-paciente-63-serie-com-seu-jorge-e-mel-lisboa-que-mistura-viagem-no-tempo-e-pandemia/#respond Wed, 01 Sep 2021 20:25:56 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/paciente-63-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1453 Uma experiente psiquiatra é apresentada a seu novo paciente, um homem que foi encontrado após um surto e que recebeu o diagnóstico de “psicose paranóide”. No hospital, eles iniciam a terapia, e esse homem –Pedro Roiter, designado como paciente 63– tenta convencer a médica, Elisa Amaral, de que é um viajante do tempo que retornou para salvar a humanidade de um vírus mortal.

O enredo digno de filme na verdade guia uma áudio série, “Paciente 63”, original do Spotify. A obra é a versão brasileira do podcast chileno “Caso 63”, de Julio Rojas, que chegou a ser citado como um destaque digital na retrospectiva do New York Times em 2020. Por aqui, os personagens ganham vida e vozes marcantes e conhecidas: Mel Lisboa (Elisa) e Seu Jorge (Pedro).

O diálogo profundo entre os protagonistas prende o ouvinte e o leva a uma confusão de sentimentos, que ora passam pela verossimilhança, ora voam longe da realidade. Pedro jura que voltou de 2062 para 2022, ano em que a série se passa, com um propósito maior. E ele precisa convencer sua médica de que não é esquizofrênico.

“Paciente 63” é um podcast de ficção científica com ar de radionovela, envolvente e muito enigmático. Destacamos alguns motivos pelos quais você deve ouvi-lo.

1. Os episódios são curtinhos e intensos. Têm cerca de 15 minutos cada um, sendo que a temporada completa reúne 10. Ou seja: a ideia é maratonar como uma série de televisão. Até porque é quase impossível não querer avançar na história para entender o que está acontecendo.

2. A série apresenta situações distópicas, mas nem tanto. Pedro diz que a geração do futuro é chamada de EP –entre pandemias–, e que se habitou a viver basicamente no mundo das telas, sem muito contato humano. Parece possível? Na geração EP, o tête-à-tête se dá mais como uma prova de fé do que como algo habitual, e a nuvem de dados vira um marco temporal que também divide períodos.

3. O texto cita teorias que realmente existem fora do podcast, como a Lei de Desdobramento do Tempo e do Espaço, do cientista Jean Pierre Garnier Malet. Ela fala em aberturas temporais que nos ajudariam a entender sonhos e premonições –e o pé na dúvida, no “será?”, torna a história ainda mais interessante.

4. O paciente 63 desafia a psiquiatra e suas argumentações técnicas a todo momento. E nos faz novamente traçar um paralelo entre a série ficcional e a realidade pandêmica, em que a ciência tem sido colocada a prova com teorias conspiratórias e desinformação.

5. A áudio série tem uma suposição sobre a vida em Marte. Da qual não falaremos, para não conter (mais) spoilers.

6. É quase previsível dizer, mas as interpretações de Mel Lisboa e Seu Jorge são ótimas e sobem ainda mais a régua da obra, que já é excepcional. O ouvinte se vê imaginando as cenas, as expressões faciais, os suspiros… Vozes que envolvem totalmente o expectador na trama.

7. O final é inesperado –ainda que ser inesperado seja, de certa forma, o desfechado esperado em uma ficção científica. E deixa aquela dúvida: haverá uma segunda temporada?

Esperamos fortemente que sim.

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Paciente 63. Série em formato de podcast, disponível no Spotify.

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E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para o email pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

 

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Ir ao teatro na pandemia é um misto de angústia e esperança https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/08/ir-ao-teatro-na-pandemia-e-um-misto-de-angustia-e-esperanca/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/08/ir-ao-teatro-na-pandemia-e-um-misto-de-angustia-e-esperanca/#respond Mon, 08 Feb 2021 19:51:45 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/teatro-alfa-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1168 Eu não pisava em um teatro havia dez meses.

Quem trabalha e consome cultura foi atingido em cheio pela pandemia do coronavírus. O entretenimento foi um dos primeiros setores a fechar e será um dos últimos a reabrir totalmente.

Mas, como tudo e todos, o teatro foi se adaptando. Centros culturais da capital paulista começaram a retomar a programação presencial com as mudanças de fase do Plano SP –ainda que timidamente, se compararmos com o que acontecia antes do “novo normal”.

Assistir a uma peça depois de tanto tempo, e ainda vivendo uma das fases mais críticas da pandemia, é angustiante.

Não pelo medo do contágio, propriamente. Não visitei todos os teatros que retomaram suas atividades, mas ouso dizer que as instituições sérias estão seguindo rigorosamente os protocolos de prevenção à Covid. É de interesse de todos, e delas, especialmente, que os espectadores estejam seguros.

A sessão que acompanhei, no Teatro das Artes, tomou todos os cuidados: cadeiras estavam pregadas (literalmente) para que as pessoas se espalhassem mais. Além disso, uso de máscara obrigatório; álcool em gel disponível na entrada; sinalização para distanciamento na fila; saída por fileiras, no fim do espetáculo, para evitar aglomeração na porta.

Mas é angustiante ver uma sala vazia. Primeiramente porque não é permitido vender todas as cadeiras disponíveis, o que colocaria a todos em risco. Depois porque, ainda assim, nem sempre os espetáculos estão com a capacidade permitida completa.

É que nem todos devem se expor e sair de casa. Nem todos têm dinheiro para comprar ingresso, dado a crise econômica que estamos vivendo. E talvez o público mal saiba que o teatro está voltando.

Imagem também como é, para o ator, não poder ouvir uma salva grandiosa de palmas ao retomar contato com o público?

Por outro lado, fortalecer o teatro e a cultura se tornaram sinônimo de esperança. Não entro nem no mérito das políticas públicas (que deveriam ser prioridade), mas também na importância do público ser protagonista deste espetáculo.

Há peças online com ingressos por valores super acessíveis —pesquisa Datafolha realizada em outubro mostra que, para 67% dos brasileiros, a pandemia democratizou o acesso à cultura na internet. Além disso, há outros presenciais acontecendo nos palcos de locais sérios e comprometidos com a segurança.

São dez meses de cultura apenas resistindo. Para que ela possa também existir, precisamos estar juntos.

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Em temporada presencial, peça em SP fala sobre amizade e autoperdão https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/08/em-temporada-presencial-peca-em-sp-fala-sobre-amizade-e-autoperdao/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/02/08/em-temporada-presencial-peca-em-sp-fala-sobre-amizade-e-autoperdao/#respond Mon, 08 Feb 2021 19:51:25 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/Davi-Gomes-e-João-Sampaio-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1189 Na noite de Réveillon do ano 2000, passagem para 2001, Ian está sozinho. Pouco antes da virada do milênio, o rapaz relata em um gravador suas lembranças e a culpa por, meses antes, ter ultrapassado com o carro um sinal vermelho –atitude que custou a vida de seus familiares.

A noite seria permeada por memórias, solidão e dor se não fosse a chegada de Noah, seu melhor amigo, que tenta animá-lo e mostrar que há outros tantos motivos para se viver e esperar dias melhores.

Nesse contexto, os atores Luccas Papp, 28, e Leonardo Miggiorin, 39, conduzem a peça “A Bicicleta de Papel”, que retomou temporada presencial no Teatro das Artes, em São Paulo. O texto extremamente sensível conduz o espectador por uma conversa entre dois amigos de infância que estão se redescobrindo.

“A peça vem como um alento ao mostrar a solidão por um ponto de vista diferente”, relata Lucas Papp. “Ela é um ode à amizade e revela como podemos estar com as pessoas que a gente ama, mesmo que elas não estejam por perto”, complementa o ator –que não tinha nem ideia do que seria a pandemia quando escreveu o texto, há dois anos.

Com diálogos narrativos e muitas vezes provocativos, os amigos relembram sua trajetória e mostram a importância da superação e, principalmente, do autoperdão. Mesmo embasada por uma grande tragédia –a morte dos pais e da irmã de Ian–, “A Bicicleta de Papel” fala sobre amor, esperança e a sobre importância das conexões entre aqueles que se amam.

“Na pandemia eu tive depressão, meu avô morreu de Covid. Eu tive que me ancorar na minha família, nos meus amigos, em que estava por perto. Por isso digo que a peça bate um pouquinho em algum lugar de todos que a assistem”, relata Papp.

RETOMADA NA PANDEMIA

“A Bicicleta de Papel” entra em cartaz em meio ao abre e fecha das atividades consideradas não essenciais no Plano SP de quarentena do estado. “É um tema que levanta discussão”, conta o autor. “Antes de voltar, conservei seriamente com minha equipe e com o teatro para que todas as medidas de segurança fossem tomadas“.

Os atores em cena de “A Bicicleta de Papel” (Davi Gomes e João Sampaio)

Para receber montagens com público, o teatro delimitou a capacidade em 40% e só permite o uso de poltronas alternadas, de modo que os espectadores fiquem bem distanciados. O uso de máscara é obrigatório, há álcool em gel e organização na entrada e na saída, de forma que ninguém aglomere. “No fim, as pessoas estão muito mais aglomeradas dentro do shopping do que dentro do teatro, que fica dentro do shopping”, afirma Lucas Papp.

“Eu sei que existe um público muito pequeno, menor que o de bares e baladas, que precisa de arte para sobreviver. E o teatro também é meu ganha pão. Estar em cartaz é manter a arte viva e mostrar que é possível, sim, fazer cultura tomando todos os cuidados.”

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A Bicicleta de Papel. Teatro das Artes. Shopping Eldorado. Av. Rebouças, 3.970, Pinheiros, SP. Domingos, às 19h. Temporada prorrogada até 28/3. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), em teatrodasartesp.com.br

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Acredito que a comida pode transformar a realidade desigual em que vivemos, diz leitor que vende e doa pães https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/acredito-que-a-comida-pode-transformar-a-realidade-desigual-em-que-vivemos-diz-leitor-que-vende-e-doa-paes/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/acredito-que-a-comida-pode-transformar-a-realidade-desigual-em-que-vivemos-diz-leitor-que-vende-e-doa-paes/#respond Thu, 22 Oct 2020 19:13:24 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/pão1-1-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1046 O pitaco de hoje é de Dereck Carrari, 25, que mora em Brasília (DF). Dereck é um dos fundadores do Pão da Gente, que vende pães de fermentação natural, integrais e brioches por delivery. Ah, o Pão da Gente é também um projeto social!

Depois de conhecer a história da paulistana Luiza Wolf, que criou uma  padaria de fermentação natural na quarentena, ele resolveu entrar em contato com o blog e relatar a sua. Confira.

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Pão da Gente foi criado em abril com o objetivo de vender produtos e doar de maneira permanente não apenas pães, mas também cestas de alimentos, água e itens de higiene pessoal para pessoas em situação de vulnerabilidade social. A cada três pães vendidos, doamos um. Já alcançamos quase 260 unidades doadas!

Eu atuei na área ambiental em São Paulo, logo após me formar. Quando me mudei para Brasília, há dois anos, foquei em estudar para o mestrado. Mas com a paralisação das atividades da universidade, por conta da pandemia, passei a me dedicar integralmente ao projeto.

A ideia de trabalhar com pães resultou da busca por um produto que muita gente consumisse e que pudesse ser produzido em uma escala considerável –dentro de um apartamento.

Brioche vendido no projeto Pão da Gente (Acervo pessoal)

Eu cresci envolvido com culinária. Minha avó não só cozinhava muito bem como teve padaria há muitos anos. Minha mãe fez doces por um tempo, durante a minha infância, então sempre tive contato com a cozinha de alguma forma.

Iniciei fazendo pães mais simples, com farinha branca e fermento biológico seco (esses de mercado). Logo adicionei ao cardápio pães de fermentação natural, fermentados por longos períodos (de 8 a 12 horas), e pães semi-integrais (40% de farinha integral). Recentemente, lancei o brioche.

Nossa meta é provocar engajamento das pessoas e convidá-las a assumir o compromisso de ter hábitos de consumo mais responsáveis, valorizando negócios locais e se preocupando com o bem-estar das pessoas. Por isso, os pães são fabricados, preferencialmente, com ingredientes orgânicos e de produtores locais.

Acredito no poder da comida para ajudar a mudar a realidade de extrema desigualdade em que vivemos no nosso país, especialmente num momento tão complexo como o de uma pandemia.

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Pão da Gente. Brasília (DF). Encomendas pelo Instagram (@paodagente) ou pelo WhatsApp.

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Na quarentena, jornalista supera depressão e cria padaria delivery de fermentação natural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/14/na-quarentena-jornalista-supera-depressao-e-cria-padaria-delivery-de-fermentacao-natural/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/14/na-quarentena-jornalista-supera-depressao-e-cria-padaria-delivery-de-fermentacao-natural/#respond Wed, 14 Oct 2020 12:00:13 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/do-forno-da-lu-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1024 O impacto do coronavírus na vida das pessoas vai além da saúde física e do distanciamento social. Como já relatado em pesquisas, a pandemia aumentou a depressão e a ansiedade na população brasileira. De acordo com um estudo realizado por cientistas da Unicamp, da UFMG e da Fiocruz, sentir-se triste passou a ser algo rotineiro para 39% dos paulistanos.

A jornalista cultural Luiza Wolf, 31, moradora da zona oeste da capital paulista, também chegou a endossar essa estatística. Com o fechamento de cinemas, restaurantes e teatros, viu os trabalhos no setor minguarem. Para ajudar, o pai ficou gravemente doente. Sem se alimentar direito e com falta de vitaminas, ele desenvolveu uma síndrome que lembra o Alzheimer. Ficou de cama, desorientado, e perdeu todas as memórias recentes.

“Foi um baque muito forte. Entrei numa depressão por vê-lo daquele jeito, e visitá-lo era sempre um grande esforço”, ela conta. “Fiquei mal, mas como já fazia terapia, resolvi procurar ajuda psiquiátrica logo”. Quando estava melhorando, Luiza decidiu tirar do papel uma ideia antiga: fazer pães de fermentação natural.

A padaria era uma vontade que a falta de tempo nunca deixava concretizar. “Para fazer o levain [fermento natural] do zero demora, no mínimo, uma semana. É um trabalho enorme. Então eu pensei: antes eu reclamava porque não tinha tempo, e agora estou reclamando porque estou em casa? Não tenho mais desculpas. Deu match.”

Foi assim que suco de abacaxi e farinha viraram fermento. E que água, fermento e farinha viraram pão. Após inúmeras tentativas, acertos e erros, outros pães começaram a surgir, e a ideia virou a padaria artesanal Do Forno da Lu.

Hoje, a fornada feita totalmente em sua casa, em um processo que leva aproximadamente 15 horas, conta com pães branco e integral, pão de azeitona, de azeite e alecrim, pão de calabresa e de chocolate. O menu inclui ainda antepastos, bolos e cookies, preparados às terças e sextas-feiras, mediante encomenda, e entregues por delivery.

Vi muita gente falando nas redes sociais: poxa, todo mundo postando fotos lindas de pães na quarentena e o meu não dá certo. Mas dá muito trabalho, demora muito tempo. É uma questão de exercitar a paciência e perseverança”, ela relata. “E o pão me reconectou com muitas pessoas. Na depressão, eu me sentia muito sozinha. Depois, muita gente veio me ajudar. Os pães mostraram que estava todo mundo ali, o tempo todo, do meu lado, mas eu não estava vendo.”

A padaria Do Forno da Lu também reconectou Luiza com um cliente mais do que especial: seu pai. A paulistana passou a fazer pão 70% integral, para não agravar a diabete, e a levar todas as semanas para o patriarca se alimentar. “Um dia liguei e ele me perguntou como estavam as vendas, se eu tinha muitas encomendas. Foi a primeira vez que eu o vi lembrando de alguma coisa recente. Ele lembrou da minha padaria”, ela conta.

O pão trouxe as pessoas para perto de mim, mesmo no isolamento social.”

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Do Forno da Lu. No Instagram e no Facebook. Whatsapp: (11) 98115-2559, de segunda a sexta, das 10h às 18h. Entregas na região oeste, mediante frete. Clientes fora do raio de entrega podem retirar ou solicitar entrega por Rappi.

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Com evento ao ar livre, hotel em SP passa a ter brunch, feijoada e música https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/com-evento-ao-ar-livre-hotel-em-sp-passa-a-ter-brunch-feijoada-e-musica/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/com-evento-ao-ar-livre-hotel-em-sp-passa-a-ter-brunch-feijoada-e-musica/#respond Fri, 25 Sep 2020 11:00:35 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/transamérica-bruno-santos-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1004 Com a flexibilização gradual da quarentena na cidade de São Paulo, opções de entretenimento adaptadas ao “novo normal” começam a surgir. Uma delas no Hotel Transamérica, que a partir deste sábado (26) vai contar com programação todos os finais de semana, realizada a céu aberto.

A ideia é confraternizar num espaço de gramado e descoberto do hotel. Para entrar, clientes deverão passar por tapetes sanitizantes e medição de temperatura. As mesas poderão acomodar até seis pessoas da mesma família e estarão distanciadas. Álcool em gel estará disponível em diversos pontos, e o número de pessoas será reduzido.

Às sextas, músicos vão tocar MPB, blues e R&B das 17h às 22h. Aos sábados, a feijoada segue das 12h às 17h e, após esse horário, o cardápio (no QR code, para evitar contato), continua. Aos domingos, um brunch será embalado por música, também das 12h às 17h. As comidinhas são assinadas pelo chef  do hotel, Danilo Brasil.

Neste sábado (26), o Coletivo Missa abre o evento. É uma nova opção para sair de casa, tomando-se, é claro, os devidos cuidados.

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Transamerica Green Days. 26/9 a 20/12. Sex.: 17h às 22h. Sáb.: 12h às 20h. Dom.: 12h às 17h. Ingressos: a parir de R$ 110, pelo ingresse.com. Crianças até 5 anos ganham cortesia; de 6 a 11 anos, pagam 50% do valor.

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Como é assistir ao teatro online e por que vale a pena https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/21/como-e-assistir-ao-teatro-online-e-por-que-vale-a-pena/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/21/como-e-assistir-ao-teatro-online-e-por-que-vale-a-pena/#respond Mon, 21 Sep 2020 11:00:02 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/a-lista-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=990 A pandemia fez com que setores se reinventassem e fizessem adaptações para sobreviver à crise. O entretenimento talvez seja um dos mais emblemáticos, já que é bem difícil ter cinema, teatro e show sem aglomeração.

Ainda que alguns teatros estejam retornando, com novos protocolos e público reduzido, a maioria investiu nas peças online para continuar levando as artes cênicas até o público.

Mas como é assistir a uma peça online? Dá para matar a saudade que é ver os atores no palco tendo como intermediária uma tela?

Este blog acompanhou, na última quinta (17), o espetáculo “A Lista”. A peça é encenada por Lilia Cabral e sua filha, Giulia Bertolli, e está em cartaz no teatro PetraGold, no Rio de Janeiro.

A montagem mostra o diálogo de uma senhora de Copacabana e sua jovem vizinha, que se oferece para fazer as compras de supermercado durante a pandemia.

Aí já temos o primeiro ponto positivo do online: como seria possível sair de São Paulo e estar no Rio tão facilmente para assistir a uma peça? Nesta quinta, a autora que aqui escreve terminou de trabalhar e precisou de pouco menos de cinco minutos para conectar o Zoom e acompanhar.

Cerca de 130 participantes estavam presentes, e havia gente de diferentes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco… Ao logar, via-se as cortinas ainda fechadas. Câmeras e microfone dos espectadores forem desligados pelo moderador da sala, a fim de evitar que atrapalhassem a progressão do espetáculo. Instruções de como acompanhar da melhor forma pela tela do celular, ou do computador, foram passadas.

Tela de computador mostra Giulia Bertolli e Lilia Cabral em cena de 'A Lista'
Giulia Bertolli e Lilia Cabral em cena de ‘A Lista’, pelo computador (Reprodução)

De repente, os três apitos característicos sinalizaram que a peça iria começar. O friozinho na barriga que temos quando estamos na sala, presencialmente, aparece. E a trama começa –cortinas abertas, atrizes no palco. Encenando, é claro, para uma câmera. Nenhuma intercorrência atrapalhou som ou imagem.

Enquanto acompanhava a brilhante atuação de Lilia e Giulia, pude pegar um café e carregar no colo minha cachorra, que assistiu à peça comigo atentamente. No fim, um telão desceu para que as atrizes pudessem ver nossos rostos.

Câmeras  e microfones foram religados a fim de que pudéssemos interagir –que triste seria o fim de um espetáculo sem o calor dos aplausos!– e conversar brevemente com as duas, enviando perguntas.

Foi, portanto, uma experiência diferente e bastante agradável. E antes que venham as críticas, é importante ressaltar: não, o computador não substitui a emoção de ver uma peça presencialmente. Mas ele torna a arte um pouco mais acessível.

Ainda que seja preciso ter uma conexão boa para acompanhar o aplicativo de conferência, o online possibilita estar em qualquer teatro do país, e do mundo, em poucos cliques. E os preços são realmente atrativos: “A Lista”, por exemplo, começa em R$ 12,50. Para quem quiser (e puder) pagar mais e apoiar a arte na pandemia, há a opção. Mas não é impositivo.

Fica assim a ideia. Por que não incorporar a opção para o novo normal? Somar não é disputar. A arte vai precisar de todas as forças para passar pela pandemia, e voltar forte dela.

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A Lista. Quinta (24) e sexta (25), às 16h45. Ingressos em sympla.com.

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Vencedor de Oscar, drama com Kate Winslet faz pensar sobre pré-julgamento, conta leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/#respond Wed, 09 Sep 2020 11:00:20 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/o-leitor-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=981 O pitaco de hoje é de Mario Celio de Andrade, 62, bancário aposentado e morador de Divinópolis (MG). Ele indica aos leitores do blog o filme “O Leitor” (2008), drama que teve cinco indicações ao Oscar e levou o de melhor atriz com Kate Winslet.

O longa é inspirado no romance homônimo, de Bernhard Schlink. Narra a história de Michael Berg (David Kross), um adolescente de 15 anos que vive uma paixão com Hanna Schmitz (Kate Winslet), mulher mais velha que um dia simplesmente desaparece.

Oito anos se passam e Berg, agora estudante de direito, se surpreende ao revisitar o passado enquanto analisa um julgamento de crimes de guerra cometidos por nazistas.

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“O Leitor” é um drama que nos faz mudar mais de uma vez o julgamento dos personagens centrais. Nele, uma mulher analfabeta e sem trato se relaciona com um jovem adolescente numa Alemanha do período nazista. É uma relação complexa, de dependência e culpa, mas muito interessante do ponto de vista humano.

Do ponto de vista dramático, “O Leitor” é o filme mais completo que eu vi. Se não tivermos atenção, podemos julgar os personagens de forma superficial.

Michael e Hanna vivem um relacionamento improvável devido às diferenças de idade e cultural –uma vez que Hanna é analfabeta. O encontro entre os dois é casual. Ele passa mal perto da casa dela, e ela o leva para dentro, para cuidar dele.

O adolescente acaba se apaixonando, e Hanna e se encanta com a possibilidade de ter alguém que possa ler para ela. Mas em algum momento essa mulher desaparece, e anos depois, ao final da guerra, os dois acabam se reencontrando em um julgamento, acidentalmente. Ele pode inocentá-la.

Acompanhando o desenvolvimento da história, nos colocamos no lugar de um e de outro, com suas mágoas e desencontros, e percebemos como é difícil entender o outro sem estar em sua pele. Cada um, ao seu modo, tem razão e está errado –depende do ponto de vista e da oportunidade.

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Filme baseado na biografia da pintora Maud Lewis é lição de empatia, conta leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/#respond Tue, 01 Sep 2020 19:05:35 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/maudie-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=972 O pitaco de hoje é da leitora Elanisa Martins, 61 anos, de Petrópolis (RJ). Ela conta que sempre foi apaixonada por cinema e que gosta de fazer resenhas, por isso escreve para o Pitaco Cultural.

O filme escolhido por ela é “Maudie” (2016), baseado na vida da artista canadense Maud Lewis (1903-1970). Disponível na Netflix, o longa conta a história de uma mulher que tem artrite reumatoide. Após ser rejeitada por sua família, ela busca independência trabalhando para um rabugento vendedor de peixes.

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Maudie (Sally Hawkins) tem dificuldade para andar. Com pés tortos, coluna arqueada e dores por causa da artrite reumatoide, ela sofre com o pré-conceito de acharem que não é capaz de se cuidar. Sofre com a insensibilidade de sua família.

Resolve, então, virar empregada de um matuto da região, Everett (Ethan Hawke), e muda-se para sua casa. Diante de um monte de dificuldades, escolhe as cores para pintar seu pequeno mundo –suas telas são as paredes, as janelas e as portas.

O dia de Maudie é trabalhar duro para sobrar tempo para pintar. O diferente Everett vai se tornando seus pés sãos. “Algumas pessoas não gostam de quem é diferente”, diz.

Everett (Ethan Hawke) e Maudie (Sally Hawkins) no filme (Reprodução)

O filme se passa a maior parte do tempo em um cômodo, um loft superior e um quintal de uma casinha afastada de tudo –restrita como um palco, onde o que importa são os atores.

A loucura de um começa a ser compreendida pelo outro, e vira uma lição de empatia. Sally Hawkins, maravilhosa como sempre, tenta se aproximar de um quasímodo feminino, sendo doce, sarcástica, esperta e talentosa em sua personagem.

Ethan Hawke é perfeito como o grosseiro, agressivo e louco Everett, que não teve muita chance de saber como expressar seus sentimentos.

“Maudie” é ótimo filme pra ver em casa (pequena ou não) e captar os insights do diretor Aisling Walsh, aplicando-os ao confinamento. É uma biografia adaptada da vida da pintora Maud Lewis.

By the way, a sinopse está errada: Maudie não queria “alcançar o sucesso como artista” –ela só queria viver dentro das suas pinturas, só queria pintar.

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Teatro Alfa, em SP, dá oficina de teatro online para professores da rede pública https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/teatro-alfa-em-sp-da-oficina-de-teatro-online-para-professores-da-rede-publica/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/08/21/teatro-alfa-em-sp-da-oficina-de-teatro-online-para-professores-da-rede-publica/#respond Fri, 21 Aug 2020 10:30:33 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/oficina-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=967 Desde 2003, o Teatro Alfa realiza o Descobrindo o Teatro. A ideia do projeto social é bem legal: aproximar das artes cênicas os jovens de baixa renda assistidos por ONGs e pela rede pública de ensino.

Com a pandemia, ele foi adaptado para o ambiente online. Nesta segunda (24/8) e até 11 de setembro, o evento retoma com aulas ministradas ao vivo em um aplicativo de conferência, e com uma turma especial: professores da rede pública.

São 60 vagas, todas gratuitas. O professor que quiser participar pode se inscrever clicando neste link. 😉

Conceitos sobre iluminação, figurino, trilha sonora e cenas integram o conteúdo das aulas, que visam capacitar quem leciona para estimular os alunos a criarem uma produção teatral em suas escolas.  E outro detalhe importante: a oficina é toda acessível em libras!

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