Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Cancelada pela Netflix, ‘Special’ é ótima e tem muito a dizer; saiba por que assistir à série https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/06/14/cancelada-pela-netflix-special-e-otima-e-tem-muito-a-dizer-saiba-por-que-assistir-a-serie/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/06/14/cancelada-pela-netflix-special-e-otima-e-tem-muito-a-dizer-saiba-por-que-assistir-a-serie/#respond Mon, 14 Jun 2021 19:39:44 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/special-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1345 Enquanto outras obras, a exemplo de “Quem Matou Sara?”, chegaram à Netflix no último mês com novas temporadas já garantidas, “Special” disse adeus. A série do diretor (e protagonista) Ryan O’Connel teve pouca repercussão e acabou cancelada –o que fez com que a recém-lançada segunda temporada, já gravada, virasse a derradeira.

Azar do serviço de streaming e dos assinantes que não souberam dar a ela o devido valor.

Baseada na própria vida de Connel, “Special” é a história de um jovem gay que tem paralisia cerebral e que conquista –com leveza e bom humor– sua independência. Mas, mais do que isso: é uma série que coloca na televisão um protagonista gay, que tem deficiência, e que se abre para amigos, amores e trabalho com sinceridade e muito carisma.

Com episódios curtos –que vão de 15 a 30 minutos– “Special” fala sobre aceitação, amadurecimento e autoconfiança de forma simples e muito honesta.

Enquanto a primeira temporada foca a saída de Ryan Hayes (Ryan O’Connell) da casa de sua mãe, uma mulher solteira e superprotetora, a segunda mergulha em seus relacionamentos amorosos. São episódios que parecem corriqueiros, mas que trazem à pauta assuntos como sexo gay, poliamor e objetificação da pessoa com deficiência.

A forma como o personagem cresce é crucial para colocar uma pedra sobre roteiros estereotipados. O jovem de 20 e poucos anos não aceita mais ser coadjuvante de sua própria história. Ele está à procura de seu lugar, de se encontrar –como qualquer outro jovem, gay ou não, com deficiência ou não, da mesma idade.

É uma série deliciosa, engraçada, leve e necessária. Que talvez tenha sido cancelada não por sua culpa, mas por culpa daqueles que não estão preparados para falar, e encarar, preconceito e capacitismo.

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Com até 27 minutos, curtas falam de Estado Islâmico, morte e superação; veja seis indicações https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/03/17/com-ate-27-minutos-curtas-falam-de-estado-islamico-morte-e-superacao-veja-seis-indicacoes/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/03/17/com-ate-27-minutos-curtas-falam-de-estado-islamico-morte-e-superacao-veja-seis-indicacoes/#respond Wed, 17 Mar 2021 19:56:38 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/o-mercador-1-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1226 Streaming não é feito só séries e suas intermináveis temporadas. Há muito conteúdo de qualidade nas plataformas online –o pitaco é de que vale a pena pesquisá-las mais a fundo.

Para quem está em casa, mas sem tanto tempo disponível, separamos seis documentários curtinhos da Netflix que trazem à tona assuntos importantíssimos. São no máximo 27 minutos. Bora assistir?

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Zion (2018) – 11 min.

O documentário é curtinho, mas poderia até virar um longa-metragem pela força de sua história. Mostra a trajetória do lutador americano Zion Clark, que nasceu com uma doença rara, a síndrome da regressão caudal, e que devido a isso não tem os membros inferiores.

Abandonado ao nascer, Zion passa por diversas casas de acolhimento até ser adotado e encontrar na mãe e em seu treinador o incentivo para seguir a carreira de lutador. Zion continua no atletismo até hoje e luta por uma vaga na equipe olímpica dos EUA.

Zion Clarck em cena do documentário ‘Zion’ (Reprodução)

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Os Fantasmas de Sugar Land (2019) – 21 min.

O filme acompanha um grupo de muçulmanos que moram na pequena cidade de Sugar Land, no Texas, e tentam entender o que levou um de seus grandes amigos a se juntar ao Estado Islâmico.

O documentário mostra, por meio dos relatos do grupo, a personalidade de Mark (nome fictício dado a Warren Christopher Clark) e tenta destrinchar possíveis questões que o levaram ao extremismo. Joga luz também ao papel das redes sociais no terrorismo.

Cena do curta-metragem ‘Os Fantasmas de Sugar Land’ (Reprodução)

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Cartas de Dunblane (2018) – 22 min.

A discussão sobre posse e porte de armas permeia esse documentário, cuja narrativa se desenvolve por meio da troca de cartas entre dois padres que vivenciaram situações parecidas: tiroteios em escolas de suas comunidades.

No filme, o padre escocês Basil O’Sullivan –responsável pelo enterro das crianças que foram vítimas do episódio que ficou conhecido como Massacre de Dunblane, em 1996– compartilha sua experiência e conforta o padre americano Bob Weiss, devastado após a tragédia que atingiu a escola primária de Sandy Hook, em Connecticut, em 2012.

O padre Bob Weiss em cena do documentário 'Cartas de Dunblane' (Reprodução)
O padre Bob Weiss em cena do documentário ‘Cartas de Dunblane’ (Reprodução)

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Sovdagari – O Mercador (2018) – 23 min.

O filme acompanha um pequeno vilarejo rural na Geórgia, cuja fonte de renda e sobrevivência é o plantio de batatas. São poucos diálogos e cenas muito impactantes.

Ao acompanhar um comerciante que chega ao local para vender produtos de segunda mão, o curta chama a atenção por mostrar a realidade de um povo que vive à margem da sociedade e sem políticas públicas. O foco vai também para a moeda que, de tão desvalorizada, é substituída –as negociações ali são feitas com escambo.

Cena de ‘Sovdagari – O Mercador’, curta disponível na Netflix (Reprodução)

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Extremis (2016) – 24 min.

Indicado ao Oscar de curta-metragem em 2017, retrata as difíceis decisões que médicos, familiares e os próprios pacientes precisam tomar na UTI. Gravado bem antes da possibilidade de existir uma pandemia, acompanha duas pacientes de um hospital em Oakland, na Califórnia, que estão ligadas a respiradores –Donna, que tem uma doença degenerativa, e Selena, que sofreu uma parada cardíaca.

Em seus 24 emocionantes minutos, o filme consegue levantar questões como ética médica, empatia, autonomia do paciente e da família, necessidade de serviços de saúde públicos e cuidados paliativos.

Cena do documentário ‘Extremis’, disponível na Netflix (Reprodução)

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Surfar por uma Nova Vida (2017) – 27 min.

A temática dos veteranos de guerra é bem comum em filmes e séries norte-americanos. Neste documentário, ela é protagonista.

O curta se desenvolve partindo da história de Bobby Lane, um combatente da Guerra do Iraque que, com traumas e após pensar em suicídio, passa a integrar um programa de surfe. O relato dele e de outros soldados constrói a narrativa, que permeia a forma como o esporte pode mudar e salvar vidas.

Veterano de guerra, que usa prótese nas pernas, se prepara para surfar
Cena de ‘Surfar por uma Nova Vida’, da Netflix (Reprodução)

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Dez séries e filmes turcos para assistir no streaming https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/12/25/dez-series-e-filmes-turcos-para-assistir-no-streaming/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/12/25/dez-series-e-filmes-turcos-para-assistir-no-streaming/#respond Fri, 25 Dec 2020 22:09:31 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/intersection-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1151

Por Livia Marra*

Com história e beleza, a Turquia fascina visitantes. Comerciantes, apoiados por copos de chá, apostam em simpatia e boa conversa para vender seus produtos. As produções para cinema e TV no país seguem o mesmo caminho.

Tramas com forte carga emocional, questões ligadas à família ou comunidade, um humor um tanto simplório e cenas de romance recatadas —em contraposição às de assassinatos. Com uma dose de água com açúcar, roteiros têm certa magia para prender o espectador, mesmo que as situações se desenrolem para um desfecho óbvio.

O drama “O Milagre da Cela 7”, refilmagem de um longa sul-coreano, fez sucesso na Netflix no começo de 2020 e dividiu opiniões. Mas também chamou a atenção para as produções do país, que ganharam a audiência dos brasileiros.

Na plataforma há boas opções  —e outras nem tanto— para se conhecer um pouco da cultura, de velhos hábitos retratados ou para se divertir sob apelo ao fantástico e ao sobrenatural.

Conheça algumas e divirta-se!

SÉRIES

“8 em Istambul” (2020) – O roteiro denso entrelaça personagens de diferentes classes sociais sob efeito da cultura e da religião em seu cotidiano. Cenas silenciosas e lentas revelam sequências que valem a pena a espera. A trama chama a atenção para a opressão e a importância da saúde mental.

*aviso: trailer disponível apenas em turco!

“Love 101” (2020) – O enredo reúne um grupo de estudantes problemáticos e uma aluna exemplar, que, juntos, enfrentam desafios e descobrem a amizade e o amor. Série adolescente, mas para ser assistida sem constrangimento também pelos mais velhos, que vão se lembrar dos tempos de colégio. A produção foi alvo de polêmica: houve rumores de que um personagem gay teria sido removido do roteiro devido a pressões externas do governo, o que foi negado pela Netflix.

“O Segredo do Templo” (2019) – As primeiras cenas não empolgam, mas isso muda em minutos. O suspense que cerca a busca de um pintora por um elo ao seu  passado, envolvendo um desenho e um sítio arqueológico, faz o espectador emendar um episódio no outro sem perceber.

“O Último Guardião” (2018) – A fantasia extrapola e, ao mesmo tempo, prende a atenção. O título diz tudo: a série narra a saga de um jovem que se descobre membro de uma ordem secreta e tem como missão salvar a cidade de um inimigo imortal. Pode parecer uma mistura de “Homem de Ferro” e “Crepúsculo”, só que mais eletrizante. Apesar do roteiro tolo, a produção é boa e tem a encantadora Istambul como pano de fundo.

“Intersection” (2016) – O trailer pode não agradar de cara, mas cativa a trama ao redor do ex-piloto transformado em homem de negócios e das pessoas que vão cruzando seu caminho. Há amores, desencontros, mágoas, puxadas de tapete e problemas cotidianos que poderiam se encaixar na vida real. Mesmo que o círculo vicioso de conspirações se torne um pouco cansativo, Ali Nejat (Ibrahim Çelikkol), o personagem principal, é a recompensa pelas mais de duas horas de cada episódio —e é inevitável a torcida pelo desfecho de cada situação.

FILMES

“Expresso do Destino” (2020) –  Em uma longa viagem, um casal de desconhecidos inesperadamente compartilha a mesma cabine de trem, e o tempo revela uma conexão na vida romântica de ambos, desilusões e a vontade de deixar o passado para trás.

“Confusão em Família” (2017) – Para assistir sem pensar em nada, enredo traz a inesperada amizade entre um homem em crise conjugal e uma cantora. Com a proximidade, ele acaba entrando em cena como pai da filha da nova amiga, que está prestes a se casar —é isso significa algumas trapalhadas pelo caminho.

“Görümce” (2016) – Comédia romântica tem no elenco Buğra Gülsoy, galã conhecido no Brasil pela novela “Fatmagül – A Força do Amor”, exibida na Band em 2015. No filme, ele enfrenta o ciúme da irmã, que tenta de tudo para arruinar seu noivado.

Ekşi Elmalar” (2016) – Com bela paisagem e figurino colorido, história começa em uma cidade do interior, no final dos anos 1970, e mostra costumes e diferenças culturais no país. As três filhas do prefeito, que atraem a atenção de pretendentes, tentam seguir seus caminhos, apesar da criação rígida e de proibições.

“The Butterfly’s Dream” (2013) – Dirigido por Yilmaz Erdogan, foi selecionado para representar o país na disputa de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2014. Em plena época da 2ª Guerra, quando homens eram obrigados a trabalhar compulsoriamente em minas de carvão, dois jovens poetas e doentes se encantam por uma garota, que inspira a dupla. O enredo enaltece a literatura e a poesia e, como a maioria das produções baseadas em história real, é drama para se assistir com lencinho do lado.

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O pitaco de hoje é uma contribuição de Livia Marra, jornalista autora do blog Bom pra Cachorro, da Folha.

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Por que uma animação de 12 minutos da Netflix vai te fazer chorar https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/11/26/por-que-uma-animacao-de-12-minutos-da-netflix-vai-te-fazer-chorar/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/11/26/por-que-uma-animacao-de-12-minutos-da-netflix-vai-te-fazer-chorar/#respond Thu, 26 Nov 2020 18:43:16 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/se-algo-acontecer-te-amo-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1124 Há cenas que não precisam ser narradas para dizer tudo. Com a animação “Se Algo Acontecer… Te Amo” é justamente assim: são apenas 12 minutos de filme, sem falas, mas com muita emoção. A ponto de derreter até os corações mais gelados.

O curta-metragem americano entrou no catálogo da Netflix no último dia 20 e já está nas paradas dos mais assistidos do streaming no Brasil. Dirigido por Michael Govier e Will McCormack, conta a história de um casal que enfrenta um vazio emocional após a morte da filha em um tiroteio na escola.

O tema, tristemente comum nos Estados Unidos, é abordado de forma única e com muita sensibilidade. A distância que passa a envolver o casal nos pequenos feitos do dia a dia é sentida pelo espectador, que vê nos símbolos de suas sombras a mensagem da dor e de um abismo.

Os pais não sabem como lidar com a partida da filha. Mas o mais bonito de “Se Algo Acontecer… Te Amo” é sua singeleza: o drama é sobre uma tragédia, mas toca qualquer pessoa que já se sentiu distante de alguém amado por simplesmente não saber como falar sobre a dor.

E antes que este texto fique mais longo que o próprio curta-metragem, vale saber que o filme também fala de esperança. E de como a lembrança de bons momentos pode reconectar quem se perdeu.

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“Se Algo Acontecer… Te Amo”. 12 min. Disponível na Netflix.

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Filme baseado na biografia da pintora Maud Lewis é lição de empatia, conta leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/01/filme-baseado-na-biografia-da-pintora-maud-lewis-e-licao-de-empatia-conta-leitora/#respond Tue, 01 Sep 2020 19:05:35 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/maudie-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=972 O pitaco de hoje é da leitora Elanisa Martins, 61 anos, de Petrópolis (RJ). Ela conta que sempre foi apaixonada por cinema e que gosta de fazer resenhas, por isso escreve para o Pitaco Cultural.

O filme escolhido por ela é “Maudie” (2016), baseado na vida da artista canadense Maud Lewis (1903-1970). Disponível na Netflix, o longa conta a história de uma mulher que tem artrite reumatoide. Após ser rejeitada por sua família, ela busca independência trabalhando para um rabugento vendedor de peixes.

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Maudie (Sally Hawkins) tem dificuldade para andar. Com pés tortos, coluna arqueada e dores por causa da artrite reumatoide, ela sofre com o pré-conceito de acharem que não é capaz de se cuidar. Sofre com a insensibilidade de sua família.

Resolve, então, virar empregada de um matuto da região, Everett (Ethan Hawke), e muda-se para sua casa. Diante de um monte de dificuldades, escolhe as cores para pintar seu pequeno mundo –suas telas são as paredes, as janelas e as portas.

O dia de Maudie é trabalhar duro para sobrar tempo para pintar. O diferente Everett vai se tornando seus pés sãos. “Algumas pessoas não gostam de quem é diferente”, diz.

Everett (Ethan Hawke) e Maudie (Sally Hawkins) no filme (Reprodução)

O filme se passa a maior parte do tempo em um cômodo, um loft superior e um quintal de uma casinha afastada de tudo –restrita como um palco, onde o que importa são os atores.

A loucura de um começa a ser compreendida pelo outro, e vira uma lição de empatia. Sally Hawkins, maravilhosa como sempre, tenta se aproximar de um quasímodo feminino, sendo doce, sarcástica, esperta e talentosa em sua personagem.

Ethan Hawke é perfeito como o grosseiro, agressivo e louco Everett, que não teve muita chance de saber como expressar seus sentimentos.

“Maudie” é ótimo filme pra ver em casa (pequena ou não) e captar os insights do diretor Aisling Walsh, aplicando-os ao confinamento. É uma biografia adaptada da vida da pintora Maud Lewis.

By the way, a sinopse está errada: Maudie não queria “alcançar o sucesso como artista” –ela só queria viver dentro das suas pinturas, só queria pintar.

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Só na Prime Video você assiste ao ‘Juglamento de Paris’; editor relata problemas com buscas no streaming https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/so-na-prime-video-voce-assiste-ao-juglamento-de-paris-editor-relata-problemas-com-buscas-no-streaming/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/so-na-prime-video-voce-assiste-ao-juglamento-de-paris-editor-relata-problemas-com-buscas-no-streaming/#respond Tue, 07 Jul 2020 11:00:03 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/paris.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=897 O pitaco de hoje é de Sandro Macedo, editor do Guia Folha e autor do blog Copo Cheio, sobre cervejas artesanais.

Sandro alerta que nem sempre é tão simples encontrar um filme ou uma série na busca dos serviços de streaming, já que eles têm problemas com versões traduzidas para a nossa língua –e até erros de digitação. Confira, abaixo, o texto.

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Em tempos de salas de cinema fechadas, a oferta de serviços de streaming tem aumentado razoavelmente, com canais exibindo clássicos e novidades. São exemplos o Belas Artes à la Carte, o Cinema Virtual e o Em Casa com Sesc (este último, gratuito).

Cena do filme ‘O Julgamento de Paris’, de 2008 (Reprodução)

Outros canais já estabelecidos com pacotes mensais aumentaram o leque de opções, como Netflix e Prime Video. No entanto, às vezes é preciso paciência para encontrar o título desejado.

O Prime Video (streaming da Amazon), por exemplo, investiu em sucessos da Disney, como “Frozen 2”, a nova versão de “O Rei Leão” e “Dois Irmãos”, da Pixar –que estava em cartaz quando a pandemia chegou. Só faltou investir em um sistema de busca mais eficiente para os brasileiros.

É muito possível que um filme bom, que você queira ver, esteja lá, mas que você seja incapaz de encontrá-lo. Exemplo(s): se você quiser assistir a “Magia ao Luar”, não tente usar a palavra “magia” na busca. Mais fácil tentar “magic”, em inglês, ou o nome do diretor, Woody Allen.

Outro bom filme antigo no catálogo do Prime é “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Para buscá-lo, nem pense em digitar “fabuloso” ou “destino”. O título original, em francês, então? Nada disso. Você deve digitar apenas “amélie”, título usado no mercado americano (sim, não faz sentido para um filme francês. Mas o canal é “made in USA”).

O melhor exemplo, no entanto, é “O Julgamento de Paris”, título simpático sobre o início do sucesso dos vinhos americanos no mundo, com Bill Pullman, Chris Pine e o finado e ótimo Alan Rickman.

Mas na Prime, duas decepções: primeiro, o longa só existe dublado, sem legendas. E a cereja do bolo: ele está no banco de dados com a grafia errada: “O Juglamento de Paris”. Esse, só o Weintraub.

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Três ótimas séries que falam de racismo e negritude nos anos 1900, 1970 e 2010 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/06/09/tres-otimas-series-que-falam-de-racismo-e-negritude-nos-anos-1900-1970-e-2000/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/06/09/tres-otimas-series-que-falam-de-racismo-e-negritude-nos-anos-1900-1970-e-2000/#respond Tue, 09 Jun 2020 16:00:57 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/série2.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=834 Após a tragédia com George Floyd, homem negro de 46 anos que foi morto ao ter seu pescoço prensado no chão por um policial branco, reverberam em todo o mundo manifestações antirracismo.

Quem está em casa por causa da quarentena pode aproveitar o momento de reflexão para assistir a três ótimas séries que este blog sugere e que têm, entre outros assuntos, racismo e negritude como temáticas. O legal é cada uma se passa em uma época, e em diferentes contextos. Aviso: esse texto pode conter spoilers!

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Anos 1900: “A Vida e a História de Madam C.J. Walker”

Como uma filha de escravos que era violentada pelo marido e lavava roupas para sobreviver se tornou a mulher negra mais rica e poderosa dos EUA no início dos anos 1900? É essa história real que baseia a série disponível na Netflix.

Octavia Spencer dá vida a Madam C.J. Walker, que fez sucesso com seus produtos de beleza no início do século 20 e foi a primeira mulher negra a se tornar milionária com o próprio trabalho –entrando inclusive para o Guinness, o livro dos recordes.

Mais do que divulgar seus produtos milagrosos para o cabelo de forma eficiente, ela se torna símbolo de uma beleza real, tratando as mulheres afro-americanas e suas demandas de igual para igual.

É claro que a série adota tons ficcionais quando cria um ringue para opor Madam C.J. Walker e Addie, sua rival na época. Mas retrata também questões importantes e que de fato a empresária fez, como empregar trabalhadores afrodescendentes durante toda a execução de seu negócio –realidade muito restrita dada a segregação da época–,  e doar dinheiro para escolas e universidades focadas na formação de negros americanos.

Octavia Spencer em cena da série "A Vida e a História de Madam C.J. Walker" (Reprodução)
Octavia Spencer em cena da série “A Vida e a História de Madam C.J. Walker” (Reprodução)

Anos 1970: “This is Us”

A saga da família Pearson e sua capacidade de ressignificar a dor é o lide dessa bela e aclamada série, disponível na Prime Video. Apesar de se passar nos dias atuais, ela volta a todo momento para o fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980, quando os filhos de Jack (Milo Ventimiglia) nascem. Jack e Rebecca (Mandy Moore) têm gêmeos e adotam também Randall, criança negra que foi abandonada no Corpo de Bombeiros e está na maternidade.

Sempre que joga luz à história de vida do menino adotado, a série debate racismo estrutural. O pai biológico de Randall precisou abrir mão de criá-lo, na década de 1970, por questões sociais; Jack e Rebecca o adotam e têm dificuldade para inserir o filho em sua bolha formada por pessoas brancas.

Famílias inter-raciais eram pouco comuns na época. Os pais se veem presos a questões simples, como passar ou não protetor solar no menino, e não conhecem líderes negros que possam servir a ele como referência. Ficam divididos na hora de incentivar a ida do garoto, já adolescente, para Harvard ou Howard (esta última, universidade historicamente negra).

Randall é preterido pelo irmão adotivo, Kevin (Justin Hartley), e pela avó materna. Mas o caminho tradicional da narrativa é rompido quando ele, incrivelmente inteligente, acaba se tornando o mais bem-sucedido dos irmãos, e encontra em sua família a força para buscar suas origens.

Anos 2010: “The Good Fight”

Disponível na Prime Video, a série é derivada da bem-sucedida “The Good Wife”. Traz mulheres fortes e se passa dentro de um escritório de advocacia de elite, formado majoritariamente por profissionais negros –até que Diane (Christiane Baranski) passa a ser uma das sócias e leva sua afilhada Maia (Rose Leslie).

O texto da série foi mudado após a eleição de Donald Trump, e não nega esforços ao levantar bandeira contra o presidente americano. Teve trecho de um dos episódios censurado pela CBS, canal em que é exibida nos EUA, e colocou no lugar uma tarja preta com a mensagem “a CBS censurou este conteúdo”.

Mas, à parte das polêmicas, o roteiro de “The Good Fight” é brilhante ao mostrar, ao mesmo tempo em que empodera, debates raciais presentes até em uma firma considerada preta.

Lá pela terceira temporada, traz a tona discussões de diferença salarial entre brancos e negros dentro do escritório e o esplêndido episódio “The One where a Nazi Gets Punched” (Aquele em que um Nazista Leva um Soco), sobre um grupo que intimida eleitores na zona rural de Illinois. Nele, um negro explica por que um nazista merece apanhar.

Cena da série “The Good Fight” (Reprodução)

 

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