Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Candidato da Bósnia ao Oscar emociona ao mostrar destruição de um genocídio, diz leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/candidato-da-bosnia-ao-oscar-emociona-ao-mostrar-destruicao-de-um-genocidio-diz-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/candidato-da-bosnia-ao-oscar-emociona-ao-mostrar-destruicao-de-um-genocidio-diz-leitora/#respond Tue, 13 Apr 2021 13:00:11 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/Quo-vadis-Aida-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1315 O pitaco de hoje é da leitora Georgia Briano Gratacos Silva, 21, estudante de engenharia civil da Poli-USP. Ela indica o filme “Quo Vadis, Aida?”, da cineasta bósnia Jasmila Zbanic, que concorre ao Oscar de melhor filme internacional.

O drama retrata o desespero de uma mãe que tenta salvar a família do fuzilamento, e tem como pano de fundo o massacre de Srebrenica –genocídio que vitimou mais de 8.000 crianças e adultos muçulmanos na Bósnia.

Georgia diz que ama cinema e que já assistiu a todos os principais indicados à estatueta neste ano. A quarentena, diz ela, impulsionou a lista, que inclui longas de diversos gêneros. Veja a resenha da leitora.

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“Quo Vadis, Aida?” é um filme necessário para começarmos a entender as nuances que permeiam muitos dos conflitos atuais. O longa trata de um episódio específico e trágico na história recente da Bósnia –o massacre de Srebrenica, ocorrido em 1995. É impossível não se emocionar.

Por meio das expressões faciais de moradores da cidade, o filme coleciona imagens comoventes, capazes de transmitir os sentimentos mais íntimos de cada um. Guardarei por um tempo essas cenas na minha memória.

A obra de Jasmila Zbanic não trata da construção de um herói de guerra, como usualmente ocorre em filmes dessa temática, mas sim do caráter completamente destrutivo de um genocídio. As marcas do fuzilamento de 8.000 homens e meninos bósnios fazem parte da história do país e não devem ser esquecidas.

Zbanic ainda traz outro importante ponto de vista do conflito: a fragilidade da ONU diante de situações humanitárias.

O filme está a todo momento lembrando a raiz dessa debilidade: a Organização das Nações Unidas é formada essencialmente por pessoas e, como tal, está fatalmente condicionada a erros.

Mas é justamente esse fato que faz da entidade um agente tão fundamental nas tensões geopolíticas. O funcionamento da ONU, mesmo que remeta a uma faca de dois gumes, é engrenagem substancial na cooperação entre os países.

No filme, o manejo dessa faca é prejudicial. Resta a nós saber como minimizar os seus efeitos.

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Por que um mergulhador e um polvo vão te emocionar e até concorrer ao Oscar https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/por-que-um-mergulhador-e-um-polvo-vao-te-emocionar-e-ate-concorrer-ao-oscar/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/por-que-um-mergulhador-e-um-polvo-vao-te-emocionar-e-ate-concorrer-ao-oscar/#respond Tue, 06 Apr 2021 21:06:06 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/professor-polvo-2-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1302 “Professor Polvo”, lançado em setembro passado na Netflix, poderia passar pelo streaming como uma produção a la “National Geographic”. Mas eis que surge na lista de indicados ao Oscar 2021, e os holofotes se voltam de vez ao título. O que será que ele revela?

Comecei a assistir ao documentário pensando que permearia a vida marítima e suas peculiaridades –como de fato faz–, porém jamais iria imaginar que me pegaria com os olhos marejados e torcendo pela inesperada amizade entre um mergulhador e um molusco.

O filme acompanha Craig Foster, documentarista e mergulhador que explora as águas geladas de uma floresta de algas na África do Sul, no Cabo das Tormentas.

Em uma tentativa de desopilar e se curar de uma profunda depressão, em 2010, ele começa a mergulhar diariamente. Percebe então na água um animal estranho, escondido atrás em um manto de conchas: era a fêmea de um polvo.

Fascinado pela criatura, tenta se aproximar, mas ela retrai. Foster decide, então, mergulhar todos os dias no mesmo local, a fim de provar para o molusco que não era um predador.

O resultado dessa empreitada vale sua atenção e também a indicação ao Oscar, já que o filme esmiúça com imagens extraordinárias detalhes que nem artigos científicos conseguem ilustrar.

No 26º dia de mergulho consecutivo, o documentarista começa a ganhar a confiança do polvo. A reação que sela o começo dessa amizade é incrível e digna de deixar aquele nozinho na garganta.

Dia após dia, Craig Foster –até então declaradamente cético quanto aos sentimentos de seres não-racionais– vai se aproximando do polvo. Passa um ano inteiro acompanhando a rotina do molusco, que claramente permite que aquele humano entre em seu mundo secreto.

Nessa relação cada vez mais íntima passam a surgir, também, contradições. Até que ponto Foster deve só observar? Ele pode intervir? A presença dele pode mudar de alguma forma o destino daquela fêmea de polvo?

O fato é que a vida do polvo se entrelaça com o do documentarista, e o resultado é muito emocionante (não darei aqui o spoiler, é claro). Para além da vida marítima, os encontros ajudam a vida pessoal de Foster, que consegue sair da depressão e se conectar novamente ao filho.

Além disso, é também um minucioso registro científico, que culminou na criação do Sea Change Project, organização que visa proteger as florestas marítimas.

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Vencedor de Oscar, drama com Kate Winslet faz pensar sobre pré-julgamento, conta leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/vencedor-de-oscar-drama-com-kate-winslet-faz-repensar-sobre-pre-julgamento-conta-leitor/#respond Wed, 09 Sep 2020 11:00:20 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/o-leitor-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=981 O pitaco de hoje é de Mario Celio de Andrade, 62, bancário aposentado e morador de Divinópolis (MG). Ele indica aos leitores do blog o filme “O Leitor” (2008), drama que teve cinco indicações ao Oscar e levou o de melhor atriz com Kate Winslet.

O longa é inspirado no romance homônimo, de Bernhard Schlink. Narra a história de Michael Berg (David Kross), um adolescente de 15 anos que vive uma paixão com Hanna Schmitz (Kate Winslet), mulher mais velha que um dia simplesmente desaparece.

Oito anos se passam e Berg, agora estudante de direito, se surpreende ao revisitar o passado enquanto analisa um julgamento de crimes de guerra cometidos por nazistas.

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“O Leitor” é um drama que nos faz mudar mais de uma vez o julgamento dos personagens centrais. Nele, uma mulher analfabeta e sem trato se relaciona com um jovem adolescente numa Alemanha do período nazista. É uma relação complexa, de dependência e culpa, mas muito interessante do ponto de vista humano.

Do ponto de vista dramático, “O Leitor” é o filme mais completo que eu vi. Se não tivermos atenção, podemos julgar os personagens de forma superficial.

Michael e Hanna vivem um relacionamento improvável devido às diferenças de idade e cultural –uma vez que Hanna é analfabeta. O encontro entre os dois é casual. Ele passa mal perto da casa dela, e ela o leva para dentro, para cuidar dele.

O adolescente acaba se apaixonando, e Hanna e se encanta com a possibilidade de ter alguém que possa ler para ela. Mas em algum momento essa mulher desaparece, e anos depois, ao final da guerra, os dois acabam se reencontrando em um julgamento, acidentalmente. Ele pode inocentá-la.

Acompanhando o desenvolvimento da história, nos colocamos no lugar de um e de outro, com suas mágoas e desencontros, e percebemos como é difícil entender o outro sem estar em sua pele. Cada um, ao seu modo, tem razão e está errado –depende do ponto de vista e da oportunidade.

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Oscar negligencia produções, mas premia filme além de suas fronteiras, diz leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/02/10/oscar-negligencia-producoes-mas-premia-filme-alem-de-suas-fronteiras-diz-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/02/10/oscar-negligencia-producoes-mas-premia-filme-alem-de-suas-fronteiras-diz-leitor/#respond Mon, 10 Feb 2020 13:27:52 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/oscar-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=628 Nesta segunda (9) vamos com o pitaco do leitor Adilson Carvalho, 50, do Rio de Janeiro. Adilson é professor de inglês e português e foi assistente do crítico Rubens Ewald Filho até sua morte –não surpreende, portanto, sua predileção por cinema.

Para o blog, ele escreve o que achou dos premiados do Oscar 2020.

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A 92ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood foi em parte feita de compensações. Em um momento em que as mulheres ganharam espaço maior e merecido, nas artes e na mídia internacional, Greta Gerwig foi negligenciada pela Academia como melhor diretora, mas Jacqueline Durran conseguiu levar o prêmio de melhor figurino por “Adoráveis Mulheres”.

As rivais DC Comics e Marvel foram representadas no palco por Gal Gadot (Mulher Maravilha) e Brie Larson (Capitã Marvel) junto à icônica Sigourney Weaver, anunciando a primeira maestrina a conduzir as trilhas sonoras indicadas, prêmio dado para “Coringa”.

Compensação histórica foi a esperada vitória de Renée Zellweger por “Judy – Muito Além do Arco Íris”, retratando a lendária Judy Garland, uma das maiores injustiçadas em 92 anos de premiação.

Embora Taron Egerton tenha sido esnobado em sua personificação de Elton John, “Rocketman” levou a estatueta de melhor canção para “I’m Gonna Love Me Again”, cuja apresentação no palco foi minha favorita em uma noite de números musicais com nomes como Eminem, Janelle Monáe e Billie Eilish, vitoriosa no Grammy, convidada pela Academia para uma bela interpretação de “Yesterday” dos Beatles na hora do In Memorian.

O favoritismo da eterna Bridget Jones repetiu-se com Joaquin Phoenix em “Coringa”, tendo este feito um dos mais belos discursos da noite. Mas foi Brad Pitt quem abriu a noite com o prêmio de melhor ator coadjuvante por “Era em uma vez em Hollywood”. Favoritismo foi também o tom da vitória de Laura Dern por “História de um Casamento”, além de mais uma vitória da Disney com o prêmio de melhor animação por “Toy Story 4” –mostrando que a história de Woody e Buzz ainda tem fôlego.

O Brasil foi desprezado quando Idina Menzel e um elenco de vozes internacionais fizeram uma bela performance mostrando versões da princesa Elza em japonês, russo, espanhol, dinamarquês, entre outros, mas não vimos a presença de Taryn Szpilman, a Elza brasileira. O Brasil também foi preterido quando Petra Costa perdeu o prêmio de melhor documentário, anunciado por Mark Ruffalo, para “Indústria Americana”.

O sul coreano Bong Joon Ho foi o grande vencedor da noite com passagem histórica para “Parasita” faturando quatro prêmios, melhor roteiro original, melhor filme estrangeiro, melhor diretor e melhor filme, um feito de admirável ineditismo, em uma história provocante para o conservadorismo da era Trump. A presença de Jane Fonda trajando vermelho ao final acentuou o tom provocativo, depois que a atriz e ativista foi várias vezes presa por protestos contra a política antiambientalista do atual governo.

Os prêmios técnicos reconheceram o difícil trabalho de mixagem de som para “1917”, de Sam Mendes. Este, de dez indicações, ficou reduzido a três prêmios, incluindo o de melhor efeitos visuais e melhor fotografia –este para o excelente Roger Deakins. Já “Ford vs Ferrari” levou dois prêmios para melhor montagem e melhor edição de som, um digno canto do cisne para a extinta 20th Century Fox.

O que dizer então da Netflix, que saiu vitoriosa apenas com o prêmio de Laura Dern por “História de um Casamento”, mas que teve “Dois Papas” e o excelente “O Irlandês” –este ignorado nas dez categorias para os quais foi indicado?

Se não houve a diversidade esperada, tivemos algumas surpresas e momentos que já são memoráveis como os aplausos a Martin Scorcese ou a rendição de Hollywood ao fato de o melhor filme poder estar além de suas fronteiras, e que o cinema, mais que diversão, é arte internacional.

Dedico este texto à memória do meu amigo e mentor Rubens Edwald Filho.

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Para leitora, Almodóvar mostra relação entre paixões e criação em ‘Dor e Glória’ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/01/para-leitora-almodovar-mostra-relacao-entre-paixoes-e-criacao-em-dor-e-gloria/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/01/para-leitora-almodovar-mostra-relacao-entre-paixoes-e-criacao-em-dor-e-gloria/#respond Mon, 01 Jul 2019 17:56:18 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/dor-e-glória-2-300x215.jpg http://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=44 O pitaco de hoje é da leitora Sílvia Marques, 41, psicanalista, atriz e escritora. Sílvia escreve sobre “Dor e Glória”, filme de Pedro Almodóvar que está em cartaz nos cinemas. Para saber onde assistir em São Paulo, clique aqui.

Na trama, um cineasta em crise reflete sobre as escolhas que fez ao longo da vida quando lembranças do passado aparecem em sua memória ou no dia a dia. O filme levou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Confira a resenha:

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Pedro Almodóvar se tornou conhecido e reconhecido internacionalmente por seu estilo hiperbólico e catártico, em que as cores explodem juntamente com as emoções, uma mescla de kitsch com os ícones da cultura espanhola. Em “Matador” (1986), causou polêmica ao colocar um ex-toureador como um assassino de mulheres. Comparou a alcova com a arena, erotizando um importante ícone da sua cultura.

Em “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988), obra que o lançou na fama internacional, a personagem protagonista vivida por Carmem Maura enche uma jarra de gaspacho, bebida típica espanhola, com calmantes. O vermelho da bebida se confunde com a própria passionalidade de Pepa e da cultura espanhola.

Cena de ‘Dor e Glória’, de Pedro Almodóvar (Reprodução)

Em “A Flor do Meu Segredo” (1995), a paella, que deveria coroar um momento romântico entre a instável escritora Leo com seu marido, simboliza o fiasco da relação amorosa.

Após “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999), premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro, Almodóvar entrou numa fase menos catártica, com filmes sensíveis, porém, com uma linguagem menos passional. Em “A Pele que Habito” (2011), recuperou boa dose da sua passionalidade, porém em tons pastéis e com uma aura macabra. “A Pele que Habito” parece uma releitura sinistra de “Ata-me!” (1990), um filme obsessivo, mas colorido e sexy.

“Dor e Glória” (2019) é uma espécie de fechamento da obra do cineasta, em que ele faz um balanço da sua vida pessoal e do seu processo criativo. Com elementos biográficos, estabelece um meio termo entre um primeiro Almodóvar gritante e intenso com um segundo mais politicamente correto.

“Dor e Glória” possui um estilo sóbrio, porém, nos remete ao primeiro Almodóvar ao escolher Antonio Banderas para viver o cineasta que faz um balanço da própria vida. A dor do título apresenta dois sentidos. De forma mais direta se refere às dores físicas experienciadas pelo protagonista. Num sentido mais subjetivo e metafórico, nos faz pensar na própria dor de existir, de criar, de deixar amores para trás, de decepcionar quem mais amamos.

A mãe do cineasta é vivida na juventude por Penélope Cruz e na velhice por Julieta Serrano, que já atuou como mãe de Banderas em outros dois filmes: “Matador” e “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”. No primeiro, interpretou uma mulher cruel. No segundo, uma desequilibrada emocionalmente.

Quando Almodóvar desnuda a aridez da relação entre mãe e filho, parece haver uma questão metalinguística, pois não é a primeira vez que vemos Julieta Serrano tiranizando Banderas em cena. Ela o culpa por ele ser quem é, de forma mais amena que a sua personagem em “Matador”.

Outra questão metalinguística importante é revelar no final da trama que Penélope Cruz não interpreta a mãe do cineasta na juventude. Ela interpreta uma atriz que faz o papel da mãe de Salvador. Falando em metalinguagem, Salvador é a versão espanhola de Salvatore, nome do protagonista do filme ítalo-francês “Cinema Paradiso” (1988).

“Dor e Glória”, além de colocar em dia as memórias de Almodóvar, parece fazer também uma homenagem à sétima arte, provavelmente o mais duradouro amor do cineasta. Na cena em que Salvador desmaia na infância, ao sentir desejo sexual pela primeira vez durante um dia quente e cheio de luz, encontramos todo o vigor de Almodóvar para revelar como as paixões viscerais são o motor de qualquer processo criativo –e por que não salvador?

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