Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Na quarentena, jornalista supera depressão e cria padaria delivery de fermentação natural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/14/na-quarentena-jornalista-supera-depressao-e-cria-padaria-delivery-de-fermentacao-natural/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/10/14/na-quarentena-jornalista-supera-depressao-e-cria-padaria-delivery-de-fermentacao-natural/#respond Wed, 14 Oct 2020 12:00:13 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/do-forno-da-lu-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1024 O impacto do coronavírus na vida das pessoas vai além da saúde física e do distanciamento social. Como já relatado em pesquisas, a pandemia aumentou a depressão e a ansiedade na população brasileira. De acordo com um estudo realizado por cientistas da Unicamp, da UFMG e da Fiocruz, sentir-se triste passou a ser algo rotineiro para 39% dos paulistanos.

A jornalista cultural Luiza Wolf, 31, moradora da zona oeste da capital paulista, também chegou a endossar essa estatística. Com o fechamento de cinemas, restaurantes e teatros, viu os trabalhos no setor minguarem. Para ajudar, o pai ficou gravemente doente. Sem se alimentar direito e com falta de vitaminas, ele desenvolveu uma síndrome que lembra o Alzheimer. Ficou de cama, desorientado, e perdeu todas as memórias recentes.

“Foi um baque muito forte. Entrei numa depressão por vê-lo daquele jeito, e visitá-lo era sempre um grande esforço”, ela conta. “Fiquei mal, mas como já fazia terapia, resolvi procurar ajuda psiquiátrica logo”. Quando estava melhorando, Luiza decidiu tirar do papel uma ideia antiga: fazer pães de fermentação natural.

A padaria era uma vontade que a falta de tempo nunca deixava concretizar. “Para fazer o levain [fermento natural] do zero demora, no mínimo, uma semana. É um trabalho enorme. Então eu pensei: antes eu reclamava porque não tinha tempo, e agora estou reclamando porque estou em casa? Não tenho mais desculpas. Deu match.”

Foi assim que suco de abacaxi e farinha viraram fermento. E que água, fermento e farinha viraram pão. Após inúmeras tentativas, acertos e erros, outros pães começaram a surgir, e a ideia virou a padaria artesanal Do Forno da Lu.

Hoje, a fornada feita totalmente em sua casa, em um processo que leva aproximadamente 15 horas, conta com pães branco e integral, pão de azeitona, de azeite e alecrim, pão de calabresa e de chocolate. O menu inclui ainda antepastos, bolos e cookies, preparados às terças e sextas-feiras, mediante encomenda, e entregues por delivery.

Vi muita gente falando nas redes sociais: poxa, todo mundo postando fotos lindas de pães na quarentena e o meu não dá certo. Mas dá muito trabalho, demora muito tempo. É uma questão de exercitar a paciência e perseverança”, ela relata. “E o pão me reconectou com muitas pessoas. Na depressão, eu me sentia muito sozinha. Depois, muita gente veio me ajudar. Os pães mostraram que estava todo mundo ali, o tempo todo, do meu lado, mas eu não estava vendo.”

A padaria Do Forno da Lu também reconectou Luiza com um cliente mais do que especial: seu pai. A paulistana passou a fazer pão 70% integral, para não agravar a diabete, e a levar todas as semanas para o patriarca se alimentar. “Um dia liguei e ele me perguntou como estavam as vendas, se eu tinha muitas encomendas. Foi a primeira vez que eu o vi lembrando de alguma coisa recente. Ele lembrou da minha padaria”, ela conta.

O pão trouxe as pessoas para perto de mim, mesmo no isolamento social.”

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Do Forno da Lu. No Instagram e no Facebook. Whatsapp: (11) 98115-2559, de segunda a sexta, das 10h às 18h. Entregas na região oeste, mediante frete. Clientes fora do raio de entrega podem retirar ou solicitar entrega por Rappi.

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Com evento ao ar livre, hotel em SP passa a ter brunch, feijoada e música https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/com-evento-ao-ar-livre-hotel-em-sp-passa-a-ter-brunch-feijoada-e-musica/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/com-evento-ao-ar-livre-hotel-em-sp-passa-a-ter-brunch-feijoada-e-musica/#respond Fri, 25 Sep 2020 11:00:35 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/transamérica-bruno-santos-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1004 Com a flexibilização gradual da quarentena na cidade de São Paulo, opções de entretenimento adaptadas ao “novo normal” começam a surgir. Uma delas no Hotel Transamérica, que a partir deste sábado (26) vai contar com programação todos os finais de semana, realizada a céu aberto.

A ideia é confraternizar num espaço de gramado e descoberto do hotel. Para entrar, clientes deverão passar por tapetes sanitizantes e medição de temperatura. As mesas poderão acomodar até seis pessoas da mesma família e estarão distanciadas. Álcool em gel estará disponível em diversos pontos, e o número de pessoas será reduzido.

Às sextas, músicos vão tocar MPB, blues e R&B das 17h às 22h. Aos sábados, a feijoada segue das 12h às 17h e, após esse horário, o cardápio (no QR code, para evitar contato), continua. Aos domingos, um brunch será embalado por música, também das 12h às 17h. As comidinhas são assinadas pelo chef  do hotel, Danilo Brasil.

Neste sábado (26), o Coletivo Missa abre o evento. É uma nova opção para sair de casa, tomando-se, é claro, os devidos cuidados.

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Transamerica Green Days. 26/9 a 20/12. Sex.: 17h às 22h. Sáb.: 12h às 20h. Dom.: 12h às 17h. Ingressos: a parir de R$ 110, pelo ingresse.com. Crianças até 5 anos ganham cortesia; de 6 a 11 anos, pagam 50% do valor.

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Trabalho insólito de viúva em filme mostra que podemos nos reinventar, avalia leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/trabalho-insolito-de-viuva-em-filme-mostra-que-podemos-nos-reinventar-avalia-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/trabalho-insolito-de-viuva-em-filme-mostra-que-podemos-nos-reinventar-avalia-leitora/#respond Fri, 24 Jul 2020 18:46:54 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/irina-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=909 O pitaco de hoje é da leitora  Simone Gottardo, 47, de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Simome conta ao blog que é aficionada por obras do cinema europeu, e por isso indica que os leitores assistam a “Irina Palm”, longa com Marianne Faithfull lançado no Brasil em 2008. O filme está disponível na plataforma Belas Artes à la Carte.

A história retrata uma mulher que vive sozinha desde a morte do marido e não recebe muita atenção do filho ou da nora. Seu único laço afetivo é com o neto, que está hospitalizado por conta de uma doença grave e precisa ser removido para um tratamento na Austrália. Para conseguir o dinheiro, ela começa a trabalhar em um lugar inesperado.

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Minha indicação para esses tempos de pandemia é “Irina Palm” (2007), um filme  que conta a história de como uma avó consegue  financiar, de uma maneira absolutamente insólita, um tratamento de saúde para o neto. A obra é sensível e reflete sobre os padrões de comportamento social com humor, dor e originalidade.

O que me atraiu no filme foi a maneira  encontrada pela  protagonista (a ótima Marianne Faithfull) para resolver um problema familiar: a falta de recursos financeiros para custear o tratamento.  Superando tabus sociais, ela encontra um trabalho nada habitual para uma viúva de classe média inglesa (deixo aqui a surpresa desse pitaco cultural).

Mas a história vai além: a vida retribui o altruísmo da protagonista com o surgimento de um  grande amor!

Nesse momento de distanciamento social, as obras que mais me chamam atenção são aquelas que nos fazem refletir sobre a capacidade de vivermos “muitas vidas” em uma só. Quero dizer, com isso, que nesse momento de crise o cinema –bem como a literatura– nos lembram que podemos reinventar a nossa existência.

Por sermos seres biopsicossociais, possuímos a inteligência de nos adaptarmos a novas condições –com o objetivo sempre incondicional de mantermos a nossa e a vida daqueles que amamos.

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‘Parenthood’ realça conflitos e afetos em família e inspira na pandemia, diz leitor https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/06/25/parenthood-realca-conflitos-e-afetos-em-familia-e-inspira-na-pandemia-diz-leitor/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/06/25/parenthood-realca-conflitos-e-afetos-em-familia-e-inspira-na-pandemia-diz-leitor/#respond Thu, 25 Jun 2020 15:19:54 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/série1-1.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=870 O pitaco de hoje é do leitor Gabriel Neves Matos, 21, estudante de jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Gabriel conta que tem assistido a séries no período da quarentena porque é o quando se sente “mais desligado dos ruídos e do caos lá fora”, e que não costuma ver histórias que dialogam com o caos, como séries distópicas. A ideia, diz ele, é desconectar deste tipo de narrativa.

O texto que ele compartilha com os leitores é sobre “Parenthood”, disponível na Amazon Prime Video. Confira.

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E você, que séries te inspiram nesse momento? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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“Parenthood” (NBC, 2010) é um drama que gira em torno da família Braverman. A série acompanha desde os avós (patriarcas da família) até os netos e aqueles que vão chegando ao longo do caminho, como namorados e amigos.

Tenho me inspirado nela nesses dias, sobretudo porque se trata de uma série que mostra “o lado de dentro”. Com tantos dias em casa, a convivência em família realça conflitos e afetos e propõe dinâmicas –se quisermos permanecer em harmonia uns com os outros.

“Parenthood” é sobre isso: como nos relacionamos, de onde tiramos nosso sustento (e não falo de finanças) e por que corremos atrás de algumas coisas quando, no final, o que importa não é o tanto que caminhamos –mas, sim, o que guardamos conosco, o que mantemos vivo por dentro.

Peter Krause e Max Burkholder em cena de ‘Parenthood’ (Divulgação)

Em “Parenthood”, o filho pequeno com síndrome de Asperger pode ser um grande problema para se transpor; duas primas flertando com o mesmo rapaz podem causar a desavença entre os próprios pais; e a maturidade pode não ser o tempo de sanidade e boas decisões.

A série aborda de maneira quase superficial o que nós temos de superficial, mas que quase nunca é confrontado no dia a dia do trabalho, ou entre amigos. É só ali, à mesa, na convivência familiar, que tudo ganha seus devidos contornos.

Em meio à crise(s), seja de qual for a ordem, o que nos resta é a família, e sempre será assim. E sempre lembrando que família são aqueles do nosso sangue, sim, mas também são os outros que, não tendo o nosso sangue, têm o nosso espírito e vivem conosco.

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