Pitaco Cultural https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br Suas impressões sobre filmes, peças, música e comida Tue, 07 Dec 2021 18:35:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com até 27 minutos, curtas falam de Estado Islâmico, morte e superação; veja seis indicações https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/03/17/com-ate-27-minutos-curtas-falam-de-estado-islamico-morte-e-superacao-veja-seis-indicacoes/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2021/03/17/com-ate-27-minutos-curtas-falam-de-estado-islamico-morte-e-superacao-veja-seis-indicacoes/#respond Wed, 17 Mar 2021 19:56:38 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/o-mercador-1-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1226 Streaming não é feito só séries e suas intermináveis temporadas. Há muito conteúdo de qualidade nas plataformas online –o pitaco é de que vale a pena pesquisá-las mais a fundo.

Para quem está em casa, mas sem tanto tempo disponível, separamos seis documentários curtinhos da Netflix que trazem à tona assuntos importantíssimos. São no máximo 27 minutos. Bora assistir?

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Zion (2018) – 11 min.

O documentário é curtinho, mas poderia até virar um longa-metragem pela força de sua história. Mostra a trajetória do lutador americano Zion Clark, que nasceu com uma doença rara, a síndrome da regressão caudal, e que devido a isso não tem os membros inferiores.

Abandonado ao nascer, Zion passa por diversas casas de acolhimento até ser adotado e encontrar na mãe e em seu treinador o incentivo para seguir a carreira de lutador. Zion continua no atletismo até hoje e luta por uma vaga na equipe olímpica dos EUA.

Zion Clarck em cena do documentário ‘Zion’ (Reprodução)

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Os Fantasmas de Sugar Land (2019) – 21 min.

O filme acompanha um grupo de muçulmanos que moram na pequena cidade de Sugar Land, no Texas, e tentam entender o que levou um de seus grandes amigos a se juntar ao Estado Islâmico.

O documentário mostra, por meio dos relatos do grupo, a personalidade de Mark (nome fictício dado a Warren Christopher Clark) e tenta destrinchar possíveis questões que o levaram ao extremismo. Joga luz também ao papel das redes sociais no terrorismo.

Cena do curta-metragem ‘Os Fantasmas de Sugar Land’ (Reprodução)

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Cartas de Dunblane (2018) – 22 min.

A discussão sobre posse e porte de armas permeia esse documentário, cuja narrativa se desenvolve por meio da troca de cartas entre dois padres que vivenciaram situações parecidas: tiroteios em escolas de suas comunidades.

No filme, o padre escocês Basil O’Sullivan –responsável pelo enterro das crianças que foram vítimas do episódio que ficou conhecido como Massacre de Dunblane, em 1996– compartilha sua experiência e conforta o padre americano Bob Weiss, devastado após a tragédia que atingiu a escola primária de Sandy Hook, em Connecticut, em 2012.

O padre Bob Weiss em cena do documentário 'Cartas de Dunblane' (Reprodução)
O padre Bob Weiss em cena do documentário ‘Cartas de Dunblane’ (Reprodução)

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Sovdagari – O Mercador (2018) – 23 min.

O filme acompanha um pequeno vilarejo rural na Geórgia, cuja fonte de renda e sobrevivência é o plantio de batatas. São poucos diálogos e cenas muito impactantes.

Ao acompanhar um comerciante que chega ao local para vender produtos de segunda mão, o curta chama a atenção por mostrar a realidade de um povo que vive à margem da sociedade e sem políticas públicas. O foco vai também para a moeda que, de tão desvalorizada, é substituída –as negociações ali são feitas com escambo.

Cena de ‘Sovdagari – O Mercador’, curta disponível na Netflix (Reprodução)

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Extremis (2016) – 24 min.

Indicado ao Oscar de curta-metragem em 2017, retrata as difíceis decisões que médicos, familiares e os próprios pacientes precisam tomar na UTI. Gravado bem antes da possibilidade de existir uma pandemia, acompanha duas pacientes de um hospital em Oakland, na Califórnia, que estão ligadas a respiradores –Donna, que tem uma doença degenerativa, e Selena, que sofreu uma parada cardíaca.

Em seus 24 emocionantes minutos, o filme consegue levantar questões como ética médica, empatia, autonomia do paciente e da família, necessidade de serviços de saúde públicos e cuidados paliativos.

Cena do documentário ‘Extremis’, disponível na Netflix (Reprodução)

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Surfar por uma Nova Vida (2017) – 27 min.

A temática dos veteranos de guerra é bem comum em filmes e séries norte-americanos. Neste documentário, ela é protagonista.

O curta se desenvolve partindo da história de Bobby Lane, um combatente da Guerra do Iraque que, com traumas e após pensar em suicídio, passa a integrar um programa de surfe. O relato dele e de outros soldados constrói a narrativa, que permeia a forma como o esporte pode mudar e salvar vidas.

Veterano de guerra, que usa prótese nas pernas, se prepara para surfar
Cena de ‘Surfar por uma Nova Vida’, da Netflix (Reprodução)

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E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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Dez séries e filmes turcos para assistir no streaming https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/12/25/dez-series-e-filmes-turcos-para-assistir-no-streaming/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/12/25/dez-series-e-filmes-turcos-para-assistir-no-streaming/#respond Fri, 25 Dec 2020 22:09:31 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/intersection-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=1151

Por Livia Marra*

Com história e beleza, a Turquia fascina visitantes. Comerciantes, apoiados por copos de chá, apostam em simpatia e boa conversa para vender seus produtos. As produções para cinema e TV no país seguem o mesmo caminho.

Tramas com forte carga emocional, questões ligadas à família ou comunidade, um humor um tanto simplório e cenas de romance recatadas —em contraposição às de assassinatos. Com uma dose de água com açúcar, roteiros têm certa magia para prender o espectador, mesmo que as situações se desenrolem para um desfecho óbvio.

O drama “O Milagre da Cela 7”, refilmagem de um longa sul-coreano, fez sucesso na Netflix no começo de 2020 e dividiu opiniões. Mas também chamou a atenção para as produções do país, que ganharam a audiência dos brasileiros.

Na plataforma há boas opções  —e outras nem tanto— para se conhecer um pouco da cultura, de velhos hábitos retratados ou para se divertir sob apelo ao fantástico e ao sobrenatural.

Conheça algumas e divirta-se!

SÉRIES

“8 em Istambul” (2020) – O roteiro denso entrelaça personagens de diferentes classes sociais sob efeito da cultura e da religião em seu cotidiano. Cenas silenciosas e lentas revelam sequências que valem a pena a espera. A trama chama a atenção para a opressão e a importância da saúde mental.

*aviso: trailer disponível apenas em turco!

“Love 101” (2020) – O enredo reúne um grupo de estudantes problemáticos e uma aluna exemplar, que, juntos, enfrentam desafios e descobrem a amizade e o amor. Série adolescente, mas para ser assistida sem constrangimento também pelos mais velhos, que vão se lembrar dos tempos de colégio. A produção foi alvo de polêmica: houve rumores de que um personagem gay teria sido removido do roteiro devido a pressões externas do governo, o que foi negado pela Netflix.

“O Segredo do Templo” (2019) – As primeiras cenas não empolgam, mas isso muda em minutos. O suspense que cerca a busca de um pintora por um elo ao seu  passado, envolvendo um desenho e um sítio arqueológico, faz o espectador emendar um episódio no outro sem perceber.

“O Último Guardião” (2018) – A fantasia extrapola e, ao mesmo tempo, prende a atenção. O título diz tudo: a série narra a saga de um jovem que se descobre membro de uma ordem secreta e tem como missão salvar a cidade de um inimigo imortal. Pode parecer uma mistura de “Homem de Ferro” e “Crepúsculo”, só que mais eletrizante. Apesar do roteiro tolo, a produção é boa e tem a encantadora Istambul como pano de fundo.

“Intersection” (2016) – O trailer pode não agradar de cara, mas cativa a trama ao redor do ex-piloto transformado em homem de negócios e das pessoas que vão cruzando seu caminho. Há amores, desencontros, mágoas, puxadas de tapete e problemas cotidianos que poderiam se encaixar na vida real. Mesmo que o círculo vicioso de conspirações se torne um pouco cansativo, Ali Nejat (Ibrahim Çelikkol), o personagem principal, é a recompensa pelas mais de duas horas de cada episódio —e é inevitável a torcida pelo desfecho de cada situação.

FILMES

“Expresso do Destino” (2020) –  Em uma longa viagem, um casal de desconhecidos inesperadamente compartilha a mesma cabine de trem, e o tempo revela uma conexão na vida romântica de ambos, desilusões e a vontade de deixar o passado para trás.

“Confusão em Família” (2017) – Para assistir sem pensar em nada, enredo traz a inesperada amizade entre um homem em crise conjugal e uma cantora. Com a proximidade, ele acaba entrando em cena como pai da filha da nova amiga, que está prestes a se casar —é isso significa algumas trapalhadas pelo caminho.

“Görümce” (2016) – Comédia romântica tem no elenco Buğra Gülsoy, galã conhecido no Brasil pela novela “Fatmagül – A Força do Amor”, exibida na Band em 2015. No filme, ele enfrenta o ciúme da irmã, que tenta de tudo para arruinar seu noivado.

Ekşi Elmalar” (2016) – Com bela paisagem e figurino colorido, história começa em uma cidade do interior, no final dos anos 1970, e mostra costumes e diferenças culturais no país. As três filhas do prefeito, que atraem a atenção de pretendentes, tentam seguir seus caminhos, apesar da criação rígida e de proibições.

“The Butterfly’s Dream” (2013) – Dirigido por Yilmaz Erdogan, foi selecionado para representar o país na disputa de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2014. Em plena época da 2ª Guerra, quando homens eram obrigados a trabalhar compulsoriamente em minas de carvão, dois jovens poetas e doentes se encantam por uma garota, que inspira a dupla. O enredo enaltece a literatura e a poesia e, como a maioria das produções baseadas em história real, é drama para se assistir com lencinho do lado.

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O pitaco de hoje é uma contribuição de Livia Marra, jornalista autora do blog Bom pra Cachorro, da Folha.

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Trabalho insólito de viúva em filme mostra que podemos nos reinventar, avalia leitora https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/trabalho-insolito-de-viuva-em-filme-mostra-que-podemos-nos-reinventar-avalia-leitora/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/trabalho-insolito-de-viuva-em-filme-mostra-que-podemos-nos-reinventar-avalia-leitora/#respond Fri, 24 Jul 2020 18:46:54 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/irina-300x215.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=909 O pitaco de hoje é da leitora  Simone Gottardo, 47, de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Simome conta ao blog que é aficionada por obras do cinema europeu, e por isso indica que os leitores assistam a “Irina Palm”, longa com Marianne Faithfull lançado no Brasil em 2008. O filme está disponível na plataforma Belas Artes à la Carte.

A história retrata uma mulher que vive sozinha desde a morte do marido e não recebe muita atenção do filho ou da nora. Seu único laço afetivo é com o neto, que está hospitalizado por conta de uma doença grave e precisa ser removido para um tratamento na Austrália. Para conseguir o dinheiro, ela começa a trabalhar em um lugar inesperado.

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E você, que filmes ou séries te inspiram nesse momento? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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Minha indicação para esses tempos de pandemia é “Irina Palm” (2007), um filme  que conta a história de como uma avó consegue  financiar, de uma maneira absolutamente insólita, um tratamento de saúde para o neto. A obra é sensível e reflete sobre os padrões de comportamento social com humor, dor e originalidade.

O que me atraiu no filme foi a maneira  encontrada pela  protagonista (a ótima Marianne Faithfull) para resolver um problema familiar: a falta de recursos financeiros para custear o tratamento.  Superando tabus sociais, ela encontra um trabalho nada habitual para uma viúva de classe média inglesa (deixo aqui a surpresa desse pitaco cultural).

Mas a história vai além: a vida retribui o altruísmo da protagonista com o surgimento de um  grande amor!

Nesse momento de distanciamento social, as obras que mais me chamam atenção são aquelas que nos fazem refletir sobre a capacidade de vivermos “muitas vidas” em uma só. Quero dizer, com isso, que nesse momento de crise o cinema –bem como a literatura– nos lembram que podemos reinventar a nossa existência.

Por sermos seres biopsicossociais, possuímos a inteligência de nos adaptarmos a novas condições –com o objetivo sempre incondicional de mantermos a nossa e a vida daqueles que amamos.

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Só na Prime Video você assiste ao ‘Juglamento de Paris’; editor relata problemas com buscas no streaming https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/so-na-prime-video-voce-assiste-ao-juglamento-de-paris-editor-relata-problemas-com-buscas-no-streaming/ https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/so-na-prime-video-voce-assiste-ao-juglamento-de-paris-editor-relata-problemas-com-buscas-no-streaming/#respond Tue, 07 Jul 2020 11:00:03 +0000 https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/paris.jpg https://pitacocultural.blogfolha.uol.com.br/?p=897 O pitaco de hoje é de Sandro Macedo, editor do Guia Folha e autor do blog Copo Cheio, sobre cervejas artesanais.

Sandro alerta que nem sempre é tão simples encontrar um filme ou uma série na busca dos serviços de streaming, já que eles têm problemas com versões traduzidas para a nossa língua –e até erros de digitação. Confira, abaixo, o texto.

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E você, que filmes ou séries te inspiram nesse momento de pandemia? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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Em tempos de salas de cinema fechadas, a oferta de serviços de streaming tem aumentado razoavelmente, com canais exibindo clássicos e novidades. São exemplos o Belas Artes à la Carte, o Cinema Virtual e o Em Casa com Sesc (este último, gratuito).

Cena do filme ‘O Julgamento de Paris’, de 2008 (Reprodução)

Outros canais já estabelecidos com pacotes mensais aumentaram o leque de opções, como Netflix e Prime Video. No entanto, às vezes é preciso paciência para encontrar o título desejado.

O Prime Video (streaming da Amazon), por exemplo, investiu em sucessos da Disney, como “Frozen 2”, a nova versão de “O Rei Leão” e “Dois Irmãos”, da Pixar –que estava em cartaz quando a pandemia chegou. Só faltou investir em um sistema de busca mais eficiente para os brasileiros.

É muito possível que um filme bom, que você queira ver, esteja lá, mas que você seja incapaz de encontrá-lo. Exemplo(s): se você quiser assistir a “Magia ao Luar”, não tente usar a palavra “magia” na busca. Mais fácil tentar “magic”, em inglês, ou o nome do diretor, Woody Allen.

Outro bom filme antigo no catálogo do Prime é “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Para buscá-lo, nem pense em digitar “fabuloso” ou “destino”. O título original, em francês, então? Nada disso. Você deve digitar apenas “amélie”, título usado no mercado americano (sim, não faz sentido para um filme francês. Mas o canal é “made in USA”).

O melhor exemplo, no entanto, é “O Julgamento de Paris”, título simpático sobre o início do sucesso dos vinhos americanos no mundo, com Bill Pullman, Chris Pine e o finado e ótimo Alan Rickman.

Mas na Prime, duas decepções: primeiro, o longa só existe dublado, sem legendas. E a cereja do bolo: ele está no banco de dados com a grafia errada: “O Juglamento de Paris”. Esse, só o Weintraub.

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