‘Parenthood’ realça conflitos e afetos em família e inspira na pandemia, diz leitor

O pitaco de hoje é do leitor Gabriel Neves Matos, 21, estudante de jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Gabriel conta que tem assistido a séries no período da quarentena porque é o quando se sente “mais desligado dos ruídos e do caos lá fora”, e que não costuma ver histórias que dialogam com o caos, como séries distópicas. A ideia, diz ele, é desconectar deste tipo de narrativa.

O texto que ele compartilha com os leitores é sobre “Parenthood”, disponível na Amazon Prime Video. Confira.

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“Parenthood” (NBC, 2010) é um drama que gira em torno da família Braverman. A série acompanha desde os avós (patriarcas da família) até os netos e aqueles que vão chegando ao longo do caminho, como namorados e amigos.

Tenho me inspirado nela nesses dias, sobretudo porque se trata de uma série que mostra “o lado de dentro”. Com tantos dias em casa, a convivência em família realça conflitos e afetos e propõe dinâmicas –se quisermos permanecer em harmonia uns com os outros.

“Parenthood” é sobre isso: como nos relacionamos, de onde tiramos nosso sustento (e não falo de finanças) e por que corremos atrás de algumas coisas quando, no final, o que importa não é o tanto que caminhamos –mas, sim, o que guardamos conosco, o que mantemos vivo por dentro.

Peter Krause e Max Burkholder em cena de ‘Parenthood’ (Divulgação)

Em “Parenthood”, o filho pequeno com síndrome de Asperger pode ser um grande problema para se transpor; duas primas flertando com o mesmo rapaz podem causar a desavença entre os próprios pais; e a maturidade pode não ser o tempo de sanidade e boas decisões.

A série aborda de maneira quase superficial o que nós temos de superficial, mas que quase nunca é confrontado no dia a dia do trabalho, ou entre amigos. É só ali, à mesa, na convivência familiar, que tudo ganha seus devidos contornos.

Em meio à crise(s), seja de qual for a ordem, o que nos resta é a família, e sempre será assim. E sempre lembrando que família são aqueles do nosso sangue, sim, mas também são os outros que, não tendo o nosso sangue, têm o nosso espírito e vivem conosco.