Trabalho insólito de viúva em filme mostra que podemos nos reinventar, avalia leitora

O pitaco de hoje é da leitora  Simone Gottardo, 47, de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Simome conta ao blog que é aficionada por obras do cinema europeu, e por isso indica que os leitores assistam a “Irina Palm”, longa com Marianne Faithfull lançado no Brasil em 2008. O filme está disponível na plataforma Belas Artes à la Carte.

A história retrata uma mulher que vive sozinha desde a morte do marido e não recebe muita atenção do filho ou da nora. Seu único laço afetivo é com o neto, que está hospitalizado por conta de uma doença grave e precisa ser removido para um tratamento na Austrália. Para conseguir o dinheiro, ela começa a trabalhar em um lugar inesperado.

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E você, que filmes ou séries te inspiram nesse momento? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.

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Minha indicação para esses tempos de pandemia é “Irina Palm” (2007), um filme  que conta a história de como uma avó consegue  financiar, de uma maneira absolutamente insólita, um tratamento de saúde para o neto. A obra é sensível e reflete sobre os padrões de comportamento social com humor, dor e originalidade.

O que me atraiu no filme foi a maneira  encontrada pela  protagonista (a ótima Marianne Faithfull) para resolver um problema familiar: a falta de recursos financeiros para custear o tratamento.  Superando tabus sociais, ela encontra um trabalho nada habitual para uma viúva de classe média inglesa (deixo aqui a surpresa desse pitaco cultural).

Mas a história vai além: a vida retribui o altruísmo da protagonista com o surgimento de um  grande amor!

Nesse momento de distanciamento social, as obras que mais me chamam atenção são aquelas que nos fazem refletir sobre a capacidade de vivermos “muitas vidas” em uma só. Quero dizer, com isso, que nesse momento de crise o cinema –bem como a literatura– nos lembram que podemos reinventar a nossa existência.

Por sermos seres biopsicossociais, possuímos a inteligência de nos adaptarmos a novas condições –com o objetivo sempre incondicional de mantermos a nossa e a vida daqueles que amamos.