Vale a pena pagar R$ 100 para assistir a um filme em cinema drive-in?
Com a pandemia do coronavírus, o setor de entretenimento teve que se reinventar. Ou resgatar hábitos antigos, como o cine drive-in, que voltou a ser opção para quem quer ir ao cinema sem o risco de estar em um espaço com aglomeração.
Iniciativas do tipo pipocaram na capital paulista, que já conta com ao menos sete opções: Arena Estaiada Drive-in, próximo à ponte estaiada; Villa Open Air, no shopping Villa-Lobos; Drive-in Paradiso, no estacionamento da Assembleia Legislativa; Cine Drive-in do shopping Morumbi Town; Belas Artes Drive-in, no Memorial da América Latina; Super Cine Espaço das Américas e o Tom Brasil Experience Drive-In, próximo à casa de shows.
Como a Covid-19 adiou datas e mudou todo o calendário da indústria cinematográfica, esses espaços, não exibem estreias. Alguns apostam em clássicos –como “Cantando na Chuva”, em cartaz no Belas Artes; outros em filmes de terror (como “A Maldição da Freira”, em cartaz no Drive-in do Morumbi Town), e outros ainda em documentários. A programação tem ficado mais diversificada.
A questão é que o ingresso de cada carro custa em torno de R$ 100. Alguns espaços cobram por pessoas, e a maioria por veículo –que pode ter até quatro pessoas. Mas, vale lembrar: o banco de trás fica com a visão bastante prejudicada, não sendo, portanto, uma boa escolha. Não é muito dinheiro para um período de crise?
Este blog foi bastante cético ao ir à sua primeira sessão em drive-in, e acreditava ser um investimento fadado ao fracasso. Só que não é.
Salvo um dia com tempo ruim (muito úmido, que pode embaçar o vidro), a visão da tela é perfeita. É possível assistir ao filme sem o desconforto de ter que pedir para seu vizinho de fileira ficar quieto, ou para seu vizinho de poltrona desligar a tela do celular. O som, sintonizado por rádio, funciona muito bem. Dá para baixar o banco e ficar numa boa… melhor do que muitos cinemas com sessões lotadas.
A pipoca não fica de fora: por meio de aplicativo de celular, é possível pedir algo para comer. Na sessão vivenciada pelo Pitaco Cultural, era possível até pedir quitutes de restaurantes parceiros, como o Outback. E sem temer pela segurança, já que os únicos contatos diretos com pessoas são na entrada, para medição de temperatura e validação do ingresso, e na entrega da comida. Funcionários estão todos sempre bem paramentados, e entregam o pedido pela janela do carro.
Dá um gostoso toque à experiência o ar retrô de vivenciar os anos 1950 e 1960 em pleno século 21.
Mas é claro que estamos falando de um produto com limitações. A começar pelo fato de que, para ir a uma sessão, é preciso ter um carro.
Quem pode desembolsar R$ 100 terá uma ótima opção de divertimento para tempos tão reclusos. Só que há, ainda, muito o que se adaptar para que o entretenimento não fique restrito às classes média e alta durante a pandemia.
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