Folha nasceu no mesmo ano que Lana Turner e Ruth de Souza, lembra leitor
O pitaco de hoje é do leitor Adilson Carvalho, 51, do Rio de Janeiro. Adilson é cinéfilo, já foi assistente de Rubens Ewald Filho, e mantém um canal no YouTube em que fala sobre a sétima arte.
Aqui, ele manda sua contribuição para o centenário da Folha, fazendo um paralelo entre a história do jornal e a do cinema.
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Centenário é uma marca muito importante, principalmente sendo o de um veículo de informação como a Folha de S.Paulo. São 100 anos de credibilidade e de fidelidade ao seu público leitor.
Como cinéfilo, vejo a data igualmente importante pelo grande valor que o jornal sempre deu à sétima arte. Publica artigos mil e dá destaque para o que o cinema tem produzido –lembrando que, no fim do ano passado, celebramos 125 anos desde a exibição pública dos irmãos Lumière, que acendeu um século de luzes.
No ano em que nasceu esta renomada publicação, Rudolph Valentino era o ídolo das telas, imagem de sedução de um “latin lover” que explodia internacionalmente com “O Sheik”. Chaplin e Jackie Coogan arrancavam risos e lágrimas em “O Garoto”, um de seus maiores sucessos em uma era que ninguém falava nas telas.
No mesmo ano em que Folha imprimia suas primeiras páginas, nasciam Lana Turner, Cyd Charisse, Jane Russel e Deborah Kerr, estrelas de uma Hollywood que igualmente engatinhava. Por aqui, nomes nacionais também chegavam ao mundo, como Ruth de Souza e Cacilda Becker.
A Folha sempre soube destacar a arte cinematográfica e passar informação sobre filmes. Para isso, organizou primorosas coleções vendidas inicialmente aos domingos –como em 1997, auge do VHS, com 30 filmes incluindo as obras “E La Nave Va”, de Fellini, ou “Lua de Fel”, de Polanski.
Com a chegada do formato digital, a Folha possibilitou ao público ter acesso a clássicos do cinema, muitos dos quais sem espaço de exibição na TV, aberta ou por assinatura. Lembrou o trabalho de nomes da era de ouro, com as coleções Grandes Astros do Cinema e Grandes Diretores do Cinema.
Nestas, era oferecido ainda um livreto repleto de informações e dados biográficos, agradando não só aos colecionadores e cinéfilos como ao público em geral. Foram nomes como Jean Renoir, Alfred Hitchcock, Serguei Eisenstein, Billy Wilder e Ernst Lubitch.
Vejo que o amor pelo cinema ocupa um lugar especial nesses 100 anos do jornal, que acompanhou sua evolução. Cobriu a chegada do som ao filme com “O Cantor de Jazz” (1927), o crescimento das salas de exibição no país e a divulgação das premiações, como Oscar, Cannes e Gramado.
Dos filmes na TV ao crescimento do home vídeo, do VHS e do cinema digital, o centenário significa muito para quem ama cinema. Celebremos essa data sob as luzes dos holofotes que fazem história em som, imagem e, graças à Folha, em palavras.
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