Com até 27 minutos, curtas falam de Estado Islâmico, morte e superação; veja seis indicações

Streaming não é feito só séries e suas intermináveis temporadas. Há muito conteúdo de qualidade nas plataformas online –o pitaco é de que vale a pena pesquisá-las mais a fundo.

Para quem está em casa, mas sem tanto tempo disponível, separamos seis documentários curtinhos da Netflix que trazem à tona assuntos importantíssimos. São no máximo 27 minutos. Bora assistir?

*

Zion (2018) – 11 min.

O documentário é curtinho, mas poderia até virar um longa-metragem pela força de sua história. Mostra a trajetória do lutador americano Zion Clark, que nasceu com uma doença rara, a síndrome da regressão caudal, e que devido a isso não tem os membros inferiores.

Abandonado ao nascer, Zion passa por diversas casas de acolhimento até ser adotado e encontrar na mãe e em seu treinador o incentivo para seguir a carreira de lutador. Zion continua no atletismo até hoje e luta por uma vaga na equipe olímpica dos EUA.

Zion Clarck em cena do documentário ‘Zion’ (Reprodução)

*

Os Fantasmas de Sugar Land (2019) – 21 min.

O filme acompanha um grupo de muçulmanos que moram na pequena cidade de Sugar Land, no Texas, e tentam entender o que levou um de seus grandes amigos a se juntar ao Estado Islâmico.

O documentário mostra, por meio dos relatos do grupo, a personalidade de Mark (nome fictício dado a Warren Christopher Clark) e tenta destrinchar possíveis questões que o levaram ao extremismo. Joga luz também ao papel das redes sociais no terrorismo.

Cena do curta-metragem ‘Os Fantasmas de Sugar Land’ (Reprodução)

*

Cartas de Dunblane (2018) – 22 min.

A discussão sobre posse e porte de armas permeia esse documentário, cuja narrativa se desenvolve por meio da troca de cartas entre dois padres que vivenciaram situações parecidas: tiroteios em escolas de suas comunidades.

No filme, o padre escocês Basil O’Sullivan –responsável pelo enterro das crianças que foram vítimas do episódio que ficou conhecido como Massacre de Dunblane, em 1996– compartilha sua experiência e conforta o padre americano Bob Weiss, devastado após a tragédia que atingiu a escola primária de Sandy Hook, em Connecticut, em 2012.

O padre Bob Weiss em cena do documentário 'Cartas de Dunblane' (Reprodução)
O padre Bob Weiss em cena do documentário ‘Cartas de Dunblane’ (Reprodução)

*

Sovdagari – O Mercador (2018) – 23 min.

O filme acompanha um pequeno vilarejo rural na Geórgia, cuja fonte de renda e sobrevivência é o plantio de batatas. São poucos diálogos e cenas muito impactantes.

Ao acompanhar um comerciante que chega ao local para vender produtos de segunda mão, o curta chama a atenção por mostrar a realidade de um povo que vive à margem da sociedade e sem políticas públicas. O foco vai também para a moeda que, de tão desvalorizada, é substituída –as negociações ali são feitas com escambo.

Cena de ‘Sovdagari – O Mercador’, curta disponível na Netflix (Reprodução)

*

Extremis (2016) – 24 min.

Indicado ao Oscar de curta-metragem em 2017, retrata as difíceis decisões que médicos, familiares e os próprios pacientes precisam tomar na UTI. Gravado bem antes da possibilidade de existir uma pandemia, acompanha duas pacientes de um hospital em Oakland, na Califórnia, que estão ligadas a respiradores –Donna, que tem uma doença degenerativa, e Selena, que sofreu uma parada cardíaca.

Em seus 24 emocionantes minutos, o filme consegue levantar questões como ética médica, empatia, autonomia do paciente e da família, necessidade de serviços de saúde públicos e cuidados paliativos.

Cena do documentário ‘Extremis’, disponível na Netflix (Reprodução)

*

Surfar por uma Nova Vida (2017) – 27 min.

A temática dos veteranos de guerra é bem comum em filmes e séries norte-americanos. Neste documentário, ela é protagonista.

O curta se desenvolve partindo da história de Bobby Lane, um combatente da Guerra do Iraque que, com traumas e após pensar em suicídio, passa a integrar um programa de surfe. O relato dele e de outros soldados constrói a narrativa, que permeia a forma como o esporte pode mudar e salvar vidas.

Veterano de guerra, que usa prótese nas pernas, se prepara para surfar
Cena de ‘Surfar por uma Nova Vida’, da Netflix (Reprodução)

*

E você, que filmes, séries ou peças tem assistido? Viu algum espetáculo online ou presencial na pandemia? Escreva para pitacocultural@gmail.com e envie sua resenha. Não esqueça de mandar nome completo, profissão, idade e cidade.