7 motivos para ouvir ‘Paciente 63’, série com Seu Jorge e Mel Lisboa que mistura viagem no tempo e pandemia
Uma experiente psiquiatra é apresentada a seu novo paciente, um homem que foi encontrado após um surto e que recebeu o diagnóstico de “psicose paranóide”. No hospital, eles iniciam a terapia, e esse homem –Pedro Roiter, designado como paciente 63– tenta convencer a médica, Elisa Amaral, de que é um viajante do tempo que retornou para salvar a humanidade de um vírus mortal.
O enredo digno de filme na verdade guia uma áudio série, “Paciente 63”, original do Spotify. A obra é a versão brasileira do podcast chileno “Caso 63”, de Julio Rojas, que chegou a ser citado como um destaque digital na retrospectiva do New York Times em 2020. Por aqui, os personagens ganham vida e vozes marcantes e conhecidas: Mel Lisboa (Elisa) e Seu Jorge (Pedro).
O diálogo profundo entre os protagonistas prende o ouvinte e o leva a uma confusão de sentimentos, que ora passam pela verossimilhança, ora voam longe da realidade. Pedro jura que voltou de 2062 para 2022, ano em que a série se passa, com um propósito maior. E ele precisa convencer sua médica de que não é esquizofrênico.
“Paciente 63” é um podcast de ficção científica com ar de radionovela, envolvente e muito enigmático. Destacamos alguns motivos pelos quais você deve ouvi-lo.
1. Os episódios são curtinhos e intensos. Têm cerca de 15 minutos cada um, sendo que a temporada completa reúne 10. Ou seja: a ideia é maratonar como uma série de televisão. Até porque é quase impossível não querer avançar na história para entender o que está acontecendo.
2. A série apresenta situações distópicas, mas nem tanto. Pedro diz que a geração do futuro é chamada de EP –entre pandemias–, e que se habitou a viver basicamente no mundo das telas, sem muito contato humano. Parece possível? Na geração EP, o tête-à-tête se dá mais como uma prova de fé do que como algo habitual, e a nuvem de dados vira um marco temporal que também divide períodos.
3. O texto cita teorias que realmente existem fora do podcast, como a Lei de Desdobramento do Tempo e do Espaço, do cientista Jean Pierre Garnier Malet. Ela fala em aberturas temporais que nos ajudariam a entender sonhos e premonições –e o pé na dúvida, no “será?”, torna a história ainda mais interessante.
4. O paciente 63 desafia a psiquiatra e suas argumentações técnicas a todo momento. E nos faz novamente traçar um paralelo entre a série ficcional e a realidade pandêmica, em que a ciência tem sido colocada a prova com teorias conspiratórias e desinformação.
5. A áudio série tem uma suposição sobre a vida em Marte. Da qual não falaremos, para não conter (mais) spoilers.
6. É quase previsível dizer, mas as interpretações de Mel Lisboa e Seu Jorge são ótimas e sobem ainda mais a régua da obra, que já é excepcional. O ouvinte se vê imaginando as cenas, as expressões faciais, os suspiros… Vozes que envolvem totalmente o expectador na trama.
7. O final é inesperado –ainda que ser inesperado seja, de certa forma, o desfechado esperado em uma ficção científica. E deixa aquela dúvida: haverá uma segunda temporada?
Esperamos fortemente que sim.
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Paciente 63. Série em formato de podcast, disponível no Spotify.
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