Com Nicole Kidman, ‘Nove Desconhecidos’ é a série ruim que você assiste até o fim
Grande parte das adaptações de livros para a TV não consegue passar imune a críticas. E assim foi com “Nove Desconhecidos”, disponível no Brasil pela Amazon Prime, que adapta a obra homônima da australiana Liane Moriarty (de “Big Lilttle Lies”) para a televisão.
Alguns fãs dizem que a personagem central, Masha (interpretada por Nicole Kidman), é muito mais durona no livro. Outros não gostaram das adaptações que diferem o livro do roteiro no streaming (sem mais detalhes, aqui, para evitar spoilers).
Mas o fato é que “Nove Desconhecidos” é aquela série que a gente assiste reticente, achando ruim. Mas quando vê, já foi até o fim.
A história se passa em torno de uma espécie de retiro de luxo, a Tranquillum House, que seria um spa de cura física e espiritual. A proprietária, a enigmática russa Masha Dmitrichenko, promete que os poucos hóspedes –selecionados a dedo– sairão de lá após dez dias totalmente renovados.
É a partir daí que a série se desenvolve numa toada quase clichê: os hóspedes, ricos, mas aparentemente comuns, vão revelando pouco a pouco traumas e questões muito íntimas que refletem em suas vidas.
Entre eles, uma escritora de best-sellers que vê sua carreira e vida pessoal desabarem; uma família que não superou a morte de um filho; um ex-atleta que sofre com as dores e vícios de quando estava na ativa.
Envolvidos pela mentora do spa, eles encaram seus medos –e muitos psicodélicos– para superar as próprias amarras. Sabe enredo de filme, de novela? Então.
Mas há detalhes que fazem o espectador, meio com raiva, meio fascinado, seguir até o fim. A começar pelo maior deles: a quase hipnose que é assistir à gigante Nicole Kidman onipresente, de peruca loira e com um sotaque russo artificial, conduzir a trama.
Soma-se a ela a química maravilhosa entre os personagens de Melissa McCarthy e Bobby Cannavalen (dá vontade de assistir aos dois juntos em muitas séries!) e os tabus reais que envolvem a perda de um ente querido, representados pela família Marconi.
A cereja do bolo fica pelo exagero na psicodelia, cujos erros e acertos na série você pode ler aqui.
“Nove Desconhecidos” não é uma obra de arte do streaming. Mas envolve quem a assiste e ajuda a passar o tempo sem queimar muito a cabeça. O que pode ser uma boa em períodos tão conturbados no país.
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“Nove Desconhecidos”. Disponível na Amazon Prime Video.
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